Dentre os diversos gêneros textuais comportados pela linguagem escrita, a redação dissertativa (conhecida simplesmente como dissertação) é uma das mais comuns nos meios acadêmicos, em concursos de admissão e em alguns meios corporativos. Ainda que não seja necessário escrever um texto dissertativo no sentido estrito, conhecer este tipo de texto ajuda no encadeamento de idéias e na articulação geral das mesmas, tanto de forma escrita quanto oral.
Uma dissertação é composta, de maneira geral, por três partes ou blocos: introdução, desenvolvimento e conclusão. A terminologia para designar estas três partes pode variam, mas sempre se refere a essas três partes. Um texto com começo, meio e fim é o modo mais adequado de expressar idéias com clareza.
O texto se inicia com o título – não sendo propriamente parte do texto, mas a primeira linha a ser observada pelo leitor. O título deve ser conciso, precisamente relacionado com o tema a ser desenvolvido e desprovido de ambigüidades, a não ser que este recurso faça sentido no contexto a ser desenvolvido e não fuja exageradamente do tema. O título pode ser escrito apenas quando o texto estiver completo, e usualmente esta é a melhor forma de criar um título que faça sentido e chame a atenção do leitor.
A introdução, primeira parte do texto propriamente dito, se inicia com elementos-chave como afirmações, perguntas ou declarações.Nesta primeira parte, que pode ser comportada em um ou dois parágrafos, o autor deve chamar a atenção para o assunto a ser desenvolvido, mostrando o pano de fundo do tema e, muito importante, delimitando-o. A delimitação do tema é crucial para que possa ser desenvolvido adiante sem causar confusão ao leitor, que deverá ser capaz de saber exatamente do que se trata o texto e o que o autor pretende com ele, após a leitura do primeiro parágrafo.
É crucial manter a introdução seja concisa, já que é a porta de entrada do leitor para o desenvolvimento do tema. Introduções muito longas fazem com que o interesse do leitor decresça, e que o tema geral do texto fique confuso. Manter a introdução pequena ajuda também a não fugir do tema, e a evitar pequenas digressões (fugas temáticas).
A segunda parte do texto, o desenvolvimento, é o núcleo da dissertação. Deve estar estreitamente relacionada com a introdução, e, como o próprio nome diz, desenvolvê-la. É nesta seção que o autor do texto deverá expor argumentos contrários ou favoráveis a uma determinada questão (formulada na introdução).
No desenvolvimento, o autor deve demonstrar toda a sua capacidade de exposição lógico-argumentativa, aliando aos argumentos informações complementares, como dados retirados de obras de referência, citação de autores relevantes para a área, menção de notícias e estatísticas de órgãos oficiais. Quando há possibilidade de fazer pesquisa para escrever a dissertação, as referências devem ser precisas e na quantidade necessária para sustentar o argumento.
Em situações mais limitadas, como em ambiente de concursos, em que a prova de redação é feita sem possibilidade de consulta a material externo, o autor deve fazer referência, de memória, à literatura da área com que já teve contato. É de grande importância, portanto, que se desenvolva uma cultura de leitura de livros e artigos da área imediata de interesse, bem como o conhecimento de outras áreas e o contato freqüente com textos noticiosos e informativos. A maior diversidade de interesses tem como conseqüência a maior capacidade de articulação do autor, sendo portanto grande vantagem para a confecção de redações dissertativas.
Na conclusão, última parte, o autor deve propor uma solução para o tema desenvolvido. Geralmente é o espaço para ressaltar uma opinião já expressa na parte de desenvolvimento, ou para sintetizar argumentos contrários considerados no texto. Trata-se de um passo importante para o concatenamento de idéias, sem o qual todo o processo anterior de escrita deixa de fazer sentido.
Estas são, de forma geral, as partes relevantes de um texto dissertativo.
Bons estudos!