Ministério da Educação reúne com professores mas a “greve prossegue”


O Ministério da Educação reuniu ontem com o Sindicato de Professores (Sinprof), mas sem sucesso, na tentativa de travar a segunda fase da greve, que regista hoje o seu segundo dia de paralisação.

A realização do encontro, em que “nada ficou decidido”, foi avançada à agência Lusa pelo vice-presidente do Sinprof, Manuel de Vitória Pereira, salientando apenas que “prossegue a paralisação”, denunciando ainda “ameaças” feitas.

O sindicalista sublinhou ser “matéria de reserva” as informações resultantes da reunião com a entidade patronal.

“Neste caso concreto, estamos na posse de um dossiê que estamos a gerir, consideremos que as negociações prosseguem, estamos a reservar um pouco a informação da decisão que ainda não está tomada da nossa parte, pelo que, a situação mantém-se com a greve a decorrer”, disse.

A segunda fase de paralisação das aulas no ensino geral teve início na terça-feira e deverá decorrer até ao dia 05 de maio, em reivindicação de melhores condições laborais, redução da carga horária, pagamento de subsídios, promoção de categorias e aumentos salariais.

De acordo com Manuel de Vitória Pereira, neste segundo dia de greve, o sindicato continua a receber queixas de ameaças de professores nalgumas províncias e municípios do país.

“Continuamos a receber de várias províncias e municípios a confirmação de que a greve decorre, mas quase sempre há reações de ameaças que fogem ao determinado na lei da greve, e, portanto, não é a ameaça dos descontos, são ameaças com o emprego das pessoas e grande intervenção da polícia”, lamentou.

O ano letivo de 2017 arrancou oficialmente a 01 de fevereiro, com quase 10 milhões de alunos nos vários níveis de ensino, decorrendo as aulas até 15 de dezembro.

O Sinprof diz aguardar desde 2013 por respostas do Ministério da Educação e das direções provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, mas “nem sequer 10% das reclamações foram atendidas”.

Manuel de Vitória Pereira referiu ainda que persiste no seio da classe dos docentes algum “descontentamento”, pelo facto de terem “alegado ao chefe do governo (Presidente da República) que os professores auferiam um subsídio de exame de 100% do salário base”.

“Isso não é verdade, há duas décadas que nós auferimos 30% e não 100%, além disso a solução que se quer dar a atualização de categorias mantém ainda o foco das injustiças, e foco da injustiça está no facto de quererem condicionar a abertura de vagas, com argumentos de que deva morrer algum colega para o efeito”, atirou.

O Governo angolano já veio a público solicitar “ponderação à classe docente do país”, admitindo que não haver “condições imediatas” para satisfazer todas as reivindicações dos professores.

A primeira fase da greve dos professores angolanos decorreu de 05 a 07 de abril.

 

Lusa


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