O Uso de tranças e perucas tem sido o “refúgio” de várias mulheres que buscam dar um “UP” no visual, ou até mesmo evitar contacto constante com o cabelo natural por exigir maior atenção, manutenção e cuidados. Entretanto, o AngoRussia consultou a tricologista Dina Moreira para saber sobre os perigos do uso constante das tranças e as modernas perucas de lace.
Especialista em queda capilar, Dina Moreira destacou especificamente, que as aplicações de perucas com cola, tem o efeito similar ao da cera usada para a depilação corporal, que resulta em uma ‘alopecia por tracção’ que pode causar queda de cabelo de forma permanente.
“O principal perigo remete novamente a alopecia por tracção. Imagina o processo de depilação corporal, passamos a cera e retiramos o cabelo certo? Agora imagina esse mesmo processo na retirada incorreta das perucas com cola, é uma depilação que leva a essa queda capilar e quando feita muitas vezes, gera alopecia cicatricial (perda de cabelo através de processos inflamatórios do couro cabeludo)”, mencionou a especialista.
A Tricologista mencionou ainda a importância de manter a cabeça descoberta para ventilar e evitar a proliferação de caspas, resultantes de fungos bacterianos que podem ser fatais para o couro cabeludo.
“Temos recebido vários casos relacionados. Por outra, o nosso couro cabeludo precisa ser arejado devidamente e as perucas com cola não permitem isso, criando um ambiente húmido e quente o que é propício para a proliferação de fungos e bactérias agravando muitas vezes situações como a caspa, coceiras e infecções. Não sou apologista do uso de perucas com cola mas entendo e respeito que várias mulheres gostam, então o conselho é, faça a aplicação e a retirada junto a profissionais que realmente entendam do assunto para minimizar os riscos. Pode custar um pouco mais, porém saúde capilar não tem preço, melhor prevenir agora para não remediar depois”, referiu.
Relativamente ao uso de tranças, Dina Moreira alertou que, não apertar demais as tranças é o principal e mais importante, pois esta prática tem levado a uma queda capilar muito comum, que quando não controlada, pode suscitar uma queda capilar mais severa. A profissional destacou que as tranças não devem ser usadas com alguma regularidade para evitar problemas sérios futuramente.
“Entre outros cuidados, entender que as tranças não devem ser um refúgio para problemas capilares. Devemos fazer as tranças para mudar de visual e não para esconder uma queda capilar por exemplo. Elas nunca devem ser feitas de forma constante sem intervalo para cuidar do nosso cabelo. O meu conselho é sempre, ficar 15 dias a 1 mês com tranças e depois de retiradas ficar pelo menos 2 meses cuidando do próprio cabelo”, esclareceu a Tricologista.
Dina Moreira é Tricologista e especialista em queda capilar. CEO da Jornada Capilar, actualmente o maior Centro de Terapia Capilar em Angola, está no mercado capilar desde 2015 tendo neste tempo ajudado milhares de homens e mulheres a recuperarem a sua saúde capilar. Enquanto co-fundadora da Academia Jornada Capilar, ministra um curso ON-LINE “Reeducação Capilar Afro” que já conta com mais de 100 ‘afro pupilas’ por Angola e pelo mundo, pretende lançar brevemente outros cursos com o objectivo de espalhar cada vez mais conhecimento.
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