Fotos podem mentir. Ou pelo menos é o que afirma Roberto Schmidt, o fotógrafo da Agência France-Presse que registrou o selfie de Barack Obama e David Cameron com a primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning Schmidt – e a cara de poucos amigos da primeira-dama Michelle Obama ao lado.
A imagem se tornou uma das comentadas da cerimônia oficial em homenagem a Nelson Mandela na terça-feira, com a rede de TV CNN chamando de inapropriado o comportamento dos três líderes, a “Wire” fazendo uma análise corporal da cena e o britânico “Independent” especulando se Obama iria direto da “Casa Branca para a casinha de cachorro”.
Mas, segundo Roberto Schmidt, o suposto mau humor da primeira-dama americana, enquanto o presidente americano e o premier britânico posavam com Helle Thorning Schmidt, está mais para ilusão de ótica. Ele foi surpreendido pelos comentários nas redes sociais.
“Na verdade, alguns poucos segundos antes a primeira-dama estava brincando com aqueles à sua volta, Cameron e Schmidt incluídos. O olhar carrancudo foi capturado por acaso”, disse o fotógrafo no blog dos correspondentes da AFP.
Schmidt destaca que as fotos foram feitas sem imaginar o impacto que teriam. “Pensei na hora que os líderes mundiais estavam apenas agindo como seres humanos, como eu e você. Duvido que alguém conseguiria permanecer com o rosto fechado por toda a cerimônia enquanto dezenas de milhares de pessoas celebravam. Para mim, pareceu um comportamento perfeitamente natural.”
A agência registrou mais de 500 fotos na cerimônia, mas o selfie (quando a pessoa fotografa a si mesma com o celular) ganhou uma atenção especial. A Associated Press chegou a registrar uma sequência na qual Obama e Helle conversam animadamente, enquanto Michelle continua compenetrada na cerimônia. A revista “Wire” chega a especular se ela não estaria incomodada com o “comportamento de adolescente” dos três líderes em um velório – ou mesmo se não teria se valido de um momento em que Obama se levanta para trocar de lugar e ficar entre ele e a primeira-ministra dinamarquesa.
Schmidt destaca que a atmosfera na despedida a Mandela “estava mais para carnaval, não era mórbida”. Os sul-africanos tinham escolhido dizer adeus com danças e canções e que ele não viu nada chocante, fosse do presidente americano ou de qualquer outra pessoa.
