Alex Ferguson afirma que David Beckham arruinou a sua hipótese de se tornar o melhor jogador do mundo quando se apaixonou por Victoria e ficou famoso, escreveu o ex-treinado do Man United na sua autobiografia.
Alex Ferguson, treinador do jogador inglês David Beckham durante sua passagem pelo Manchester United, de 1993 a 2003, afirma que o jogador, de 38 anos, “mudou” quando começou a sair com a Spice Girl e “fez da fama uma missão”.
Num excerto do novo livro, ‘Alex Ferguson: My Biography’, escreveu: “Ele perdeu a hipótese de se tornar o melhor jogador do mundo… Acabou por nunca chegar ao nível de um jogador top… Ele começou a tomar decisões e ficou difícil a preparação para se tornar um bom jogador”.
O treinador acrescentou: “Isso foi uma decepção para mim. Não existe inimizade entre nós, apenas decepção, pelo menos da minha parte. Tristeza. Eu olhava para ele e pensava, ‘O que é que estás a fazer?'”.
Numa conferência de imprensa para divulgar o livro Ferguson ainda disse: “O maior problema para mim… Ele se ter apaixonado por Victoria e isso ter mudado tudo”.
Ferguson também comentou um famoso incidente, que aconteceu em 2003, quando acidentalmente atirou uma chuteira à cabeça de Beckham no vestiário numa discussão após um jogo. Na ocasião, Beckham acabou por ter que levar pontos no sobrolho: “O David praguejou. Caminhei na direcção dele e, quando o alcancei, atirei a chuteira. Acertei acima do olho”.
Ferguson continuou: “Claro que ele avançou na minha direcção e os jogadores seguraram-no. ‘Senta-te’, disse-lhe. ‘Chateaste a tua equipa. Podes discutir o que quiseres’. Liguei para ele no dia seguinte para ver uma repetição do jogo e ele ainda não aceitava que tinha errado. Enquanto estava sentado a ouvir-me, não dizia nada. Nem uma palavra”.
Depois do caso aparecer na imprensa, Alex Ferguson afirmou que “foi naqueles dias que disse que estava de saída”.
Nesses dias falei com a direção a dizer que ele tinha de ir embora porque ele pensou que era maior do que eu”, conta.
Quanto ao que sente pelo jogador, Ferguson fala de Beckham com admiração tendo pena que este não tenha chegado aos lugares de topo. “Não sinto rancor pelo David. Ele é um rapaz maravilhoso. Mas nunca devemos desistir daquilo em que somos bons. Ele perdeu a oportunidade de ser um dos melhores do Mundo. Nunca chegou ao nível de jogador de topo… Fiquei muito desapontado. Não há animosidade entre nós, só desilusão para mim. Eu só pensava ‘o que é que estás a fazer, filho?'”, escreveu.
Roy Keane também é contemplado no livro do treinador. usando um pouco de ironia, Ferguson diz que chegou a ter medo do jogador. “O Roy tem a língua mais selvagem que podem imaginar. Consegue debilitar a pessoa mais confiante do Mundo em segundos. Houve um dia em que eu estava a discutir com ele e os olhos dele começaram a ficar mais pequenos, até parecerem pequenos pontinhos pretos. Foi assustador de ver… E eu sou de Glasgow”.
“Prefiro dar-te um tiro a vender-te agora”, disse Ferguson a Ronaldo
O mítico treinador dos red devils confessa que foi alertado pelo seu adjunto, Carlos Queirós, para um jovem potencial a alinhar no Sporting, e que sentiu “a maior onda de entusiasmo” quando observou o extremo.
Por isso, quando soube da vontade de Cristiano Ronaldo trocar o clube inglês pelo Real Madrid teve uma reação explosiva. Terá mesmo dito ao jogador: “Prefiro dar-te um tiro”, mas os dois chegaram a um acordo de cavalheiros para a transferência do internacional português.
“Numa altura em que existia a possibilidade de sair, cheguei a um acordo de cavalheiros. Estive na casa de Carlos Queiroz e ele estava inclinado a sair e disse-lhe que este ano não podia ser”, revela Ferguson, acrescentando: “Sei que queres ir para o Real Madrid, mas prefiro dar-te um tiro a vender-te agora (2008). Se continuares a trabalhar como tens feito até agora, alguém irá aparecer e oferecer uma quantia recorde por ti. Nessa altura estarei disposto a deixar-te sair”.
O técnico afirma ainda que Ronaldo foi o jogador mais telentoso que já treinou. “Foi o jogador mais talentoso que treinei no United. Supera todos os outros”.