O universo da música angolana, foi surpreendido o mês passado com anúncios do rapper Kid MC, que davam a entender que se afastaria por tempo indeterminado do mundo da música. As declarações do rapper, algumas destas um tanto confusas, faziam parte de alguns episódios de uma novela que terminou com uma nota da MAD TAPES (sua produtora) a informar que o rapper encontrava-se numa fase delicada em que carecia de avaliaçāo médica e a pedir a compreensão dos fās.
Aparentemente já numa fase mais calma, o rapper que que neste momento frequenta uma formação de comunicação social, PROJECTO HORA H, aos sábados no Instituto superior João Paulo II, junto ao largo das escolas aceitou conversar com a revista Jovens da Banda. Em breve entrevista, Kid MC falou sobre o seu estado de saúde, da sua filiaçāo partidaria e de outras polémicas que se viu envolvido nos últimos dias.
“A ideia de abandonar a musica já foi ultrapassada, eu vou permanecer até onde der. Eu queria parar porque estava num momento de ‘emoção agitatória’,
não é doença mas sim uma alteração no sistema nervoso, e isto fez com que eu não conseguisse gerir o meu tempo. O problema foi que o meu tempo passou a ser escasso para a música, já não dava muito atenção a minha filha, namorada, família e isso era o que me causava nervosismo, mas agora as coisas estão mais calmas”.
Sobre o facto de se ter afiliado ao partido MPLA Kid Mc, justificou:
“Eu sou o Kid Sebastião Manuel como qualquer um sou angolano, a minha música é contestatária, não concordo com o tipo de governação neste momento, mas isso não é o suficiente para me tornar apartidário, pertenço a um partido mas tenho ideias muito próprias. Eu sempre pertenci porque os meus pais sempre foram do MPLA. O meu pai foi um agente dos serviços de segurança do Estado e a minha mãe é polícia desde 1976, a minha família praticamente trabalha na ordem pública e pertencem ao partido em que ingressei”.
Kid MC ainda afirmou que não tinha revelado o facto antes, por estar à espera do momento certo e que mais tarde as pessoas podiam notar a sua contribuição:
“Antes as pessoas não sabiam disso porque eu era anónimo, não tinha fama e nem importava divulgar, quando alcancei a fama preferi divulgar só no momento certo, embora que qualquer momento para mim poderia ter sido certo. Lancei a notícia de que pertenço ao partido embora não concorde com o tipo de governação imprimida, tanto que este mesmo partido já me convidou por varias vezes nas eleições de 2008 e 2012, eu neguei sempre, porque nunca queria usar a minha música que contesta este tipo de governação para pedir às pessoas que acompanhem e votem, eu estaria a vender-me e a desvalorizar-me.”