O “astro” do Semba, Paulo Flores, que no ano passado lançou a sua 16ª obra discográfica “Bolo de Aniversário”, na manhã deste Sábado (28), regressou a praça de independência para a venda e sessão de autógrafo do mais recente álbum “Kandongueiro Voador”.
Em entrevista exclusiva ao AngoRussia, o músico fez perceber que “Kandongueiro Voador”, está recheado de apelos e testemunhos que podem incentivar a juventude a lutar pelos seus sonhos, optando pela perseverança, bem como criatividade.
“No Kandongueiro da minha geração, estamos interessados em levar a juventude a novas criações, motivar e inspirar as pessoas, então hoje decidi vir até aqui para partilhar este sentimento com as pessoas aqui presente, que acompanham o meu trabalho. No fundo, este Kandongueiro é um testemunho, quase que um empurrão a juventude para que saibam que apesar das dificuldades estamos sempre a trabalhar, e sempre atento naquilo que os jovens anseiam, criam e produzem, embora a caminhada seja difícil, não podemos andar com a cabeça para baixo, e o Kandongueiro faz este convite, para que viajemos na nossa criatividade, na nossa emoção e esperança”, disse o cantor.
Produzido e editado pela “Kassete”, mas, distribuído pela LS Republicano, o mais recente álbum de Paulo Flores começou a ser gravado no ano passado, nas cidades de Luanda e de Lisboa, contém 13 faixas, em três delas, o autor do “Bajú” fez duetos com Prodígio, Rayra e Walter Ananás. Com a mesma dinâmica musical, Paulo Flores mais uma vez conseguiu encher a praça de independência, pois, seus fãs e admiradores foram atrás de mais um álbum com músicas que transmitem uma química orgânica alimentada por profundas raízes culturais, histórias reflexivas e conselhos.
A voz de Paulo Flores, doce e quente, vibrante e grave, inspira-se na tradição urbana de Luanda e conta-nos histórias de ontem, de hoje e de amanhã.
Aos 16 anos grava na Rádio de Luanda “Kapuete Kamundanda” (1988), onde o tema “Cherry” protagoniza um novo género musical, a kizomba (que significa Festa em kimbundu), fusão de ritmos do zouk das Antilhas com elementos do Congo e de Angola, com grande predominância de teclados electrónicos.
Paulo Flores aparece assim, juntamente com Eduardo Paim, na primeira linha deste movimento crucial da música de dança africana (lusófona) de cariz urbano, popularizada em Portugal nos anos 80, a kizomba. Paulo Flores explora o olhar crítico da geração que cresceu depois da independência e reflecte o sentimento de revolta face à destruição que assiste no seu país. Encontra as palavras certas para falar da extraordinária capacidade de resistência do povo angolano, da sua energia e da sua vitalidade, expressos na sua música e na sua dança.
A kizomba dominou a produção musical do espaço lusófono até metade dos anos 90, e domina ainda, até hoje, o imaginário dos amantes das “Áfricas”! Em Lisboa, o género impõe-se rapidamente no mercado africano (discos e discotecas).
Os álbuns “Sassasa” (1990), “Coração Farrapo” (1991) e “Thunda Mu N’jilla” (1992) são os principais sucessos que fazem de Paulo Flores um ícone da música de Angola em Portugal. Veja aqui a biografica completa do artista.
Alguns momentos que marcaram a venda:
Por: Garcia Alberto