Mulher denuncia estupro e é presa por sexo fora do casamento no Dubai


Uma britânica na faixa dos 20 anos, foi presa recentemente no Dubai, após ter sido vítima de estupro no país. A mulher que estava de férias no local foi dar queixa a policia mas acabou presa por sexo fora do casamento, ato considerado crime no país.

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A inglesa, que teve a identidade protegida, foi presa e teve o passaporte confiscado ao relatar o ataque perpetuado supostamente por dois homens da cidade Birmingham, centro-oeste da Inglaterra.

De acordo com o jornal “The Guardian”, a jovem já teria pagado finança e deixado a detenção, mas pode voltar a ser presa novamente caso as investigações a considerem culpada.

Sua família iniciou uma arrecadação online para arcar com os custos legais do processo. A página relata que a inglesa teria bebido com os acusados antes de seguir ao hotel onde teria sido violentada de forma “brutal e violenta”. O crime teria sido filmado.

Radha Stirling, fundadora da Detained in Dubai, consultoria de direito com especialização em Emirados Árabes Unidos, afirmou que a vítima pode ser proibida de deixar o país por até seis meses.

“Se ela ganhar em primeira instância, a promotoria por recorrer. Então, até ser considerada inocente e ter o passaporte devolvido, pode levar pelo menos seis meses”.

Stirling afirmou que os EAU não são uma região segura para mulheres denunciarem estupro. “Sexo fora do casamento é crime. Se o estupro não for comprovado a pessoa é automaticamente acusada de sexo fora do casamento”.

Ainda segundo a especialista em direito é difícil prever qual será a pena caso a jovem seja considerada culpada. “Eles não têm um sistema de precedentes. Portanto, uma pessoa pode ser condenada a um ano de prisão, enquanto outra, pelo mesmo crime, apenas seis meses ou deportação ou apenas multa.Casos recentes resultaram em uma sentença de sete meses.

A melhor forma de acelerar o processo, de acordo com Stirling, seria recorrer à diplomacia britânica e à pressão da imprensa.

Em 2008, a australiana Alicia Gali foi detida por oito meses em Fujairah por ter relação sexual ilícita ao denunciar ter sido estuprada por três colegas de trabalho.

No ano seguinte, a sul-africana Roxanne Hillier também foi presa pelo período de três meses por supostamente passar um tempo sozinha com um empregador. A pena foi dada apesar dos registros médicos comprovarem não ter havido relação sexual.


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