Bióloga angolana Adjany Costa vence troféu da ONU “Jovens Campeões da Terra”


A bióloga e exploradora angolana Adjany Costa é uma das vencedoras do prémio Jovens Campeões da Terra, concedido pelas Nações Unidas a ambientalistas, entre 18 e 30 anos de idade, pelo seu empenho na protecção do meio ambiente.

De acordo com uma nota de imprensa submetida ao AngoRussia, o Programa da ONU para o Meio Ambiente refere que a angolana, de 29 anos, se distinguiu pelos esforços de conservação de água e biodiversidade.

A brasileira Anna Luísa Beserra é outra que consta entre os sete premiados.

Foram premiados jovens empreendedores de África, da América do Norte, da América Latina e Caribe, da Ásia e Pacífico, da Europa e da Ásia Ocidental, que receberão financiamento e orientação para ampliar os seus esforços.

Os vencedores vão receber o prémio durante a cerimónia dos Campeões da Terra em Nova Iorque, no dia 26 de Setembro.

A entrega da distinção acontece durante o Debate Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O júri seleccionou os vencedores e vencedoras entre 35 finalistas regionais, numa lista de mais de mil candidatos.

Este ano, o prémio é concedido pela ONU Meio Ambiente e a Covestro, uma das maiores empresas de fabricantes de polímeros do mundo.

Em entrevista à ONU News, Adjany Costa disse que o prémio é importante para a continuidade do seu projecto e para destacar os esforços de conservação de Angola.

“A importância de receber essa distinção vai além do meu trabalho. É uma forma de mostrar que existe um mundo de conservação em Angola para além daquilo que é falado, para além daquilo que é institucional”, expressou.

A bióloga disse que existem pessoas motivadas para trabalhar nas diferentes áreas e componentes da conservação.

“Especificamente para o meu trabalho é uma forma de mostrar que, mesmo nas áreas remotas, temos tido alguma atenção. E é sempre um apoio, porque este não é um trabalho fácil. É um trabalho que requer motivação, que requer certa visibilidade para podermos continuar”, referiu.

A profissional trabalha com a comunidade Luchaze nas terras altas do leste angolano.

Estas comunidades estão ameaçadas por práticas insustentáveis que ameaçam a sua subsistência, depois de quase três décadas de guerra civil.

A vencedora afirmou que é importante fazer este trabalho junto das populações da região.

“Para mim, é importante por fazer parte da terra e somos todos parte da terra. É ainda mais importante para a sobrevivência destas comunidades, que dependem 100% do ambiente que os rodeia. Sabendo que daqui a algumas décadas os seus filhos não vão ter forma de se sustentar, que é o que eles dizem, eles têm noção disso, é importante que estejam envolvidos para proteger o seu próprio futuro”.

A profissional conheceu os Luchaze pela primeira vez quando participou numa expedição científica ao longo da bacia do rio Okavango. Durante quatro meses, Adjany percorreu cerca de 2,5 mil quilómetros, passando por Angola, Namíbia e Botsuana.

A Bacia do Rio Okavango é um ecossistema vital que faz parte da maior zona húmida de água doce do sul de África. Mais de um  milhão de pessoas dependem desta bacia partilhada por Angola, Namíbia e Botsuana.

Segundo a ONU Meio Ambiente, o delta do rio, no Botsuana, abriga uma vida selvagem abundante, incluindo uma das maiores populações de elefantes do mundo.

A directora executiva da agência, Inger Andersen, disse que a “natureza está em declínio em todo o mundo a taxas sem precedentes, com graves impactos para a humanidade e o meio ambiente”.

Segundo a representante, a prova desse declínio “é esmagadora” e “proteger a saúde dos ecossistemas e lugares selvagens até 2050 é vital para a sobrevivência e um futuro sustentável”.


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