Angola integra a lista dos 20 países menos iluminados no mundo, avança ONU


O relatório de Progresso Energético 2023, da Organização das Nações Unidas, aponta para a existência de 18 milhões de pessoas em Angola, numa população estimada de 35 milhões, sem acesso a electricidade, o que coloca o país na lista dos que enfrentam maior défice energético a nível mundial.

Imagem: DR

Uma realidade que choca com os investimentos feitos na última década para erguer barragens hidroeléctricas no país, das quais se destacam a de Laúca, inaugurada em 2017, com capacidade para produzir 2.070 MW e a de Caculo Cabaça, com potencialmente capacidade para produzir 2.171 MW, esta última em construção, investimentos que ultrapassam os 8 mil milhões USD, segundo o NJ.

Além destes magaprojectos hidroeléctricos, Angola tem ainda em curso investimentos avultados em energia renovável, especialmente em painéis solares. Nesta lista consta também Moçambique, em pior posição, com 22 milhões de pessoas que vivem sem electricidade.

Outro País de língua portuguesa, o Brasil, com cerca de 220 milhões de pessoas, está entre os 20 Estados que mais consomem energia no mundo. Mais de 46% da electricidade brasileira vem de fontes renováveis.

A razão do Brasil ser o País com maior percentual de uso de fontes renováveis, de acordo com o relatório, deve-se à alta capacidade de produzir energia a partir de barragens hidroeléctricas e de usar bioenergia para aquecimento e transporte. O Relatório do Progresso Energético também conclui que o crescimento do endividamento dos países e o aumento dos preços da energia estão a piorar as perspectivas de acesso universal à electricidade e à energia limpa para cozinhar.

As projeções actuais, segundo este documento, estimam que 1,9 mil milhões de pessoas ficarão sem instalações de cozinha não-poluentes e 660 milhões sem acesso à electricidade em 2030. Essas lacunas afectarão negativamente a saúde das populações mais vulneráveis e vão acelerar as mudanças climáticas.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que 3,2 milhões de pessoas morrem por ano de doenças causadas pelo uso de combustíveis e tecnologias poluentes, que aumentam a toxicidade do ar doméstico.

O relatório da ONU deixa em maus lençóis a imagem de África porque avança que mais de 80% das pessoas que em todo não têm electricidade estão na parte subsaariana do continente.


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