Bens de Mandela divididos pela família, partido, escolas e pessoas que trabalharam com ele


Nelson Mandela deixou de herança um património avaliado em 46 milhões de rands, o que equivale a três milhões de euros. O testamento do primeiro Presidente negro da África do Sul, que morreu em Dezembro com 95 anos, foi revelado esta segunda-feira numa conferência de imprensa.

Funeral de Nelson Mandela em Qunu

No dia em que um tribunal sul-africano divulgou o testamento de Nelson Mandela, advogados disseram que a esposa, a moçambicana Graça Machel, terá direito a metade dos bens, mas pode optar por receber apenas activos especificados, incluindo quatro propriedades em Moçambique.

A herança de Mandela é composta por uma casa em Joanesburgo, uma fazenda classificada de modesta na sua terra natal no Cabo Ocidental, algumas propriedades em Moçambique e os lucros das vendas dos seus livros, entre elas a autobiografia Longo Caminho Para a Liberdade.

Mandela dividiu a herança em três legados, um deles incluiu um fundo em dinheiro para a família – os filhos, netos e bisnetos – que fica também com os direitos de autor dos livros. Como viúva, Graça Machel tem direito a metade destes bens, mas os advogados fizeram saber que a última mulher do líder histórico sul-africano poderá abdicar desse direito, ficando apenas com propriedades em Moçambique. Graça Machel é moçambicana tendo sido casada com o Presidente Samora Machel.

Cada um dos filhos de Mandela recebeu, em vida, um empréstimo de 221 mil euros que ficam saldados.

Outro fundo beneficia o Congresso Nacional Africano (ANC), o seu partido, que está actualmente no poder, e um terceiro é dividido entre escolas que frequentou e pessoas que trabalharam directamente para Mandela.

A escola secundária de Qunu, a terra onde Mandela cresceu, recebe cerca de 70 mil euros.

A casa em Houghton (Joanesburgo), onde Mandela morreu a 5 de Dezembro, torna-se a casa dos descendentes de Makgatho Mandela, filho do líder sul-africano e da sua primeira mulher, Evelyn Mase, que era advogado e morreu em 2005. “É meu desejo que esta casa também seja usada para reuniões de família de forma a que se mantenha a unidade depois da minha morte”, diz o testamento.

O documento pode ser contestado durante 90 dias mas os advogados disseram que isso não deve acontecer. A leitura do testamento foi um momento “muito emocional mas que correu muito bem”, disse, citado pela BBC, o advogado encarregado da leitura e execução do testamento que foi feito em 2004 e corrigido em 2008.

Mesmo antes da morte de Nelson Mandela, a família disputou a herança do ícone de luta contra o “apartheid”, o regime de segregação racial.


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