Para a PN, “não existe nada que justifque disparo contra uma cidadã”


O porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia angolana, Mateus Rodrigues, admitiu nesta quarta-feira (13), em conferência de imprensa, “não haver nada que justifique que um efectivo da polícia devidamente preparado dispare indiscriminadamente contra uma cidadã”.

De acordo com Mateus Rodrigues, o agente já se encontra detido, por disparar mortalmente sobre uma ‘zungueira’, vendedora ambulante, identificada por Joana Cafrique, em Luanda, assumindo “excesso do uso da força” e garantindo que será responsabilizado “disciplinar e criminalmente”.

“É uma situação inexplicável, daí que os integrantes da equipa que esteve no local da ocorrência, nomeadamente o comandante da esquadra, o chefe da viatura e o agente já detido deverão ser responsabilizados disciplinar e criminalmente de acordo com o seu grau de culpabilidade”, disse.

Mateus Rodrigues salientou que será garantido apoio social à família da vítima, que deixa viúvo e três filhos.

Segundo a polícia, a “vítima não teria sido socorrida de imediato pelos efectivos”, visto que eles “terão sido obrigados a abandonar o local, em busca de reforço, dada a hostilidade que se verificava no local logo após a ocorrência”.

A ausência de um “socorro imediato à vítima” para uma unidade hospitalar, adiantou Mateus Rodrigues, provocou um “sentimento de revolta no seio da população que veio posteriormente a gerar acções violentas contra as forças da ordem”.

De acordo com o oficial da polícia, os cidadãos praticaram “actos de vandalismo, desacatos, arruaças, desobediência” e outras formas de alteração da ordem, “obrigando” à intervenção de várias unidades policiais.

O porta-voz da polícia em Luanda deu conta também que as acções de manutenção da ordem e tranquilidade públicas terão provocado “ferimentos a três agentes” da corporação e a outros populares, estando confirmados alguns “feridos graves” hospitalizados.

Mateus Rodrigues adiantou que foram detidos mais de 20 cidadãos, presumivelmente envolvidos nos atos de vandalismo, que causaram “danos avultados a viaturas de transeuntes e da polícia, a administração local e a outros bens públicos”.

As ações de manutenção da ordem e tranquilidade públicas no local, acrescentou, “continuam com uma intensidade mais próxima do que é regular”.

Lusa


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