A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que as dificuldades financeiras da companhia aérea Emirates foram uma das razões para a redução do número de voos para Luanda, para além dos obstáculos ao repatriamento dos lucros.
“Depois de anos de expansão relativamente rápida, a Emirates está a ter de se adaptar a condições de mercado mais difíceis, refletindo factores como a redução do poder de compra regional, por causa dos preços baixos do petróleo, e as restrições nos voos para os Estados Unidos”, escrevem os analistas da revista britânica The Economist.
Numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, a unidade de análise económica da revista lembra que “em 2016 a Emirates apresentou a sua primeira queda nos lucros anuais desde 2012, e adotou um conjunto de medidas para aumentar a despesa” e conclui que “este é um dos fatores da decisão de Emirates de reduzir o número de voos semanais entre Dubai e Luanda”.
A Emirates anunciou no dia 10 o “fim imediato” do contrato de concessão para gestão da companhia de bandeira angolana TAAG face “às dificuldades prolongadas que tem enfrentado no repatriamento das receitas” das vendas em Angola e reduziu de imediato o número de voos semanais de cinco para três.
O impacto da gestão árabe da TAAG ficou evidente na redução dos prejuízos da companhia aérea angolana, que em 2015 apresentou um passivo de 175 milhões de dólares, que no ano seguinte foi reduzido para apenas 5 milhões, havendo então uma previsão de lucros em 2019.