O Ministério da Saúde (MINSA), acusa directamente o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de furtar-se sistematicamente aos encontros que visam dar resposta às reivindicações da classe e pôr fim à greve que está em curso desde o dia 6 deste mês.
Em um comunicado enviado, esta quarta-feira (15), à imprensa, o Ministério destaca que, após a recepção do caderno reivindicativo e resposta do sector ao referido documento, deu-se início ao processo de negociação, no dia 2 deste mês.
O referido processo, destaca que culminou com um acordo, no dia 9 de Dezembro, consignado em acta subscrita pelas duas partes. O acordo, sublinha, que previa o levantamento da greve no mesmo dia, 9 de Dezembro.
No dia 13, a equipa negocial do Sindicato dos Médicos foi recebida, “ao mais alto nível”, pelo mediador, o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social. “Neste encontro, foi consensualizada a continuação das negociações e prestados esclarecimentos técnicos adicionais no sentido de aproximar as partes”, lê-se no comunicado.
Inesperadamente, sublinha o Ministério da Saúde, a direcção do Sindicado Nacional dos Médicos recuou no acordo subscrito, alegadamente por discordância dos filiados. “Manteve a greve e remeteu ao Ministério da Saúde um segundo pacote reivindicativo”, sublinha o documento.
Apesar da legitimidade que tinha em exigir o cumprimento do acordo subscrito, o Ministério refere que concordou, em gesto de boa-fé, retomar as negociações para a busca de consensos adicionais.
“Estranhamente, a partir desta altura a direcção do Sindicato Nacional dos Médicos, na pessoa do seu presidente vem-se furtando, sistematicamente, a fazer-se presente nos encontros agendados, sem justificação plausível, inviabilizando assim o prosseguimento das negociações”, acusa o Ministério da Saúde.
Acrescenta que, incompreensivelmente, o mesmo Sindicato prossegue a greve e outras acções, alegadamente por falta de disponibilidade do Ministério da Saúde para o diálogo, “o que não corresponde à realidade”.
Segundo o Ministério da Saúde, a atitude do Sindicato dos Médicos “deixa dúvidas se a greve persegue estritamente os objectivos laborais constantes no caderno reivindicativo ou outros inconfessos”.
No comunicado, o Ministério da Saúde manifesta a sua “profunda preocupação por esta atitude de cariz obstrucionista ao diálogo necessário para o levantamento de uma greve que prejudica gravemente a saúde e o bem vida das populações, neste contexto de Calamidade Pública em que o país e o mundo debatem-se com a pandemia da Covid-19 e, no caso de Angola, de outras patologias Endémicas”.
O Ministério da Saúde, no quadro das suas responsabilidades, reitera o seu compromisso de tomar todas as providências necessárias para a salvaguarda das populações.
Apela aos médicos em greve que continuem fiéis ao juramento de Hipócrates a que estão obrigados para a prestação da assistência médica para a salvaguarda da saúde e vida do ser humano e que continuem a desempenhar a sua nobre função com humanismo, dedicação e pondo os seus conhecimentos, enquanto decorrem as negociações.
Fonte: Jornal de Angola