O ex-Presidente ucraniano, Viktor Ianukovich, foi hoje, 05 de Outubro, declarado suspeito de criar uma organização que executou crimes graves durante os protestos que levaram à sua deposição, em 2014.
Segundo anunciou hoje o Departamento de Investigação do Estado ucraniano, o grupo incluía antigos altos responsáveis do Ministério do Interior, do Serviço de Segurança da Ucrânia e das Forças Armadas, adiantando também que “todos são suspeitos de terem cometido crimes graves e muito graves durante os protestos no centro de Kiev”.
De acordo ao mesmo comunicado, Ianukovich liderou este grupo entre 18 e 20 de fevereiro de 2014 com o objetivo de “cometer actos terroristas e intimidar a população”, causando “lesões corporais graves, assassínios e tentativas de assassínios premeditados e com armas de fogo”.
Além disso, o ex-Presidente é acusado de “abuso de poder” acompanhado de violência, uso de armas e de equipamento policial, em detrimento dos “interesses dos cidadãos e dos interesses públicos e do Estado”, e ainda de obstrução ilegal à organização de manifestações, protestos e marchas de oposição.
“As ações deste grupo criminoso organizado provocaram a morte de 76 cidadãos e mais de 800 sofreram ferimentos graves”, acrescentou a entidade, segundo a qual Ianukovich já foi notificado do início do processo-crime.
O Departamento de Investigação do Estado referiu ainda que o Ministério Público já autorizou a realização de uma investigação prévia ao julgamento e admitiu a apresentação de uma moção para que o suspeito seja detido preventivamente.
Ianukovich já tinha sido condenado a 13 anos de prisão, num julgamento realizado, à revelia, em janeiro de 2019, pouco antes de se assinalar o quinto aniversário da sua deposição, durante a revolução que ficou conhecida como “Maidan” (nome de uma praça central da capital ucraniana que foi o palco dos protestos) e que afastou da Ucrânia um regime pró-russo.
O ex-Presidente, que vive exilado na Rússia, foi condenado por alta traição e cumplicidade na agressão militar russa que resultou na anexação da península da Crimeia.
Por: Eucadia Ferreira
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