Enchentes nos multicaixas leva cidadãos a “venderem” os seus lugares nas filas


As enchentes nos multicaixas, disponíveis no centro da cidade do Huambo na véspera de natal, que tinham dinheiro e papel, foram desafiadoras à resistência da paciência e desencorajadoras a quem teme, face ao alastramento da pandemia, o perigo do ajuntamento das pessoas. 

Foi uma luta desenfreada, segundo apurou a reportagem do Jornal de Angola, para em meio à exposição de contaminação, se conseguir “levantar algum valor a fim de ir ao mercado fazer algumas compras básicas” para que a noite da consoada, em família, não fosse passada em branco. Nesta aflição, para o levantamento, um negócio nasce de imediato: a venda, por dois mil kwanzas, de um lugar na fila.

O relato é de Sofia Muipa, a quem o marido enviou, a partir da Huíla, 50 mil kwanzas para levantamento sem cartão. “Estava aflita, tinha de ir ao mercado, falei com o jovem para que me ajudasse. Aceitou, normalmente, mas disse que teria de pagar dois mil, pelo lugar, e levantar, também, o dinheiro dele”, conta.

Se Sofia Muipa lamentava pelos dois mil kwanzas, pagos pela cedência de lugar na fila do multicaixa, no mercado da Quissala, o maior a céu aberto na província do Huambo, os senhores de “TPA-de-juro”, com o pagamento dos salários da Função Pública, facturavam,  muito, com os levantamentos. Não importa o valor, a percentagem estava fixada em 10 por cento.


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