Em função da greve que os professores estão a realizar desde o dia 25 do mês em curso e que vai terminar no dia 05 de Maio, os encarregados de educação em conversa mantida com o AngoRussia manifestaram-se hoje entristecidos com a paralisação das aulas, porém deixaram claro que apoiam a decisão dos lesados.
Em busca da satisfação das suas inquietações, os professores decidiram prosseguir com uma nova greve, a segunda em menos de um mês, que decorre entre 25 de Abril e 5 de Maio, conforme decisão tomada e comunicada no final da reunião do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) com os secretários provinciais sindicais, realizada no dia 22 de Abril.
Por conta disto, os alunos das instituições estatais vêem-se obrigados a não comparecer nos seus recintos escolares e consequentemente os encarregados de educação lamentam tal ocorrência. Em entrevista ao AngoRussia grande parte dos pais disse estar descontente pelo facto dos seus filhos estarem a perder aulas, mas entende os professores por considerar justa a reclamação que os mesmos estão a fazer.
“Quando se trata dos nossos direitos devemos realmente lutar e reclamar para que sejam cumpridos, não é bom que as nossas crianças estejam sem receber aprendizado durante estes dias, mas é por uma boa causa e eu entendo”, disse a senhora Paula que é mãe de 4 adolescentes que neste momento sofrem as consequências da greve.
Por sua vez o jovem Alberto, encarregado de de 2 crianças, deixou claro que para si é benéfica a atitude dos professores, sendo que a mesma está a ser feita para um bem maior.
“Eu concordo plenamente com os professores, dou-lhes o meu apoio. Tenho neste momento dos filhos em casa, mas não me sinto mal por isso porque sei que o que os educadores estão a fazer é para um bem maior, devíamos todos agir assim quando se tratar da violação dos nossos direitos sejam eles quais forem”, frisou.
Para o senhor Alfredo a greve chegou em má hora, considerando o facto deste ano não poder ser tão proveitoso para os estudantes, em função de uma possível paralisação das aulas no mês em que se vai realizar as eleições.
“Este ano os nossos filhos vão sofrer muito pelos vistos, primeiro essas greves e depois a paralisação das aulas no mês das eleições, não sei como isso vai ser. Os professores deviam arranjar uma forma melhor de resolver a insatisfação que sentem sem prejudicar os alunos”, disse Alfredo com um ar de aborrecimento.
De relembrar que o Sindicato Nacional de Professores (Sinprof) diz aguardar desde 2013 por respostas do governo e das direcções provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, e que o facto de “nem sequer 10 por cento das reclamações terem sido atendidas”, levaram a realização das greves.