Após subida do preço do combustível e consequente depreciação do kwanza face as principais moedas do mercado internacional, os preços dos produtos da cesta básica têm registado uma subida abismal na ordem de mais de 50 % nas últimas três semanas, nos principais mercados formais e informais, segundo estudos feitos pelo jornal Expansão.
De acordo com as pesquisas baseadas em 13 produtos principais da gastronomia angolana, foi constatada variações nos preços do arroz, sal, massa, coxa de frango, farinha de trigo, feijão, açúcar, óleo entre outros produtos considerados fundamentais na mesa dos angolanos. Apesar de se registar esta inflação, os salários bases mantêm-se os mesmos, resultando cada vez mais em baixo poder de compra, dificultando a vida das famílias angolanas.
“No mercado informal, o sal registou a maior variação ao duplicar o preço saindo de 100 Kz em 29 de Maio para 200 Kz a 19 de Junho (21 dias depois). No mesmo período, foram ainda verificadas outras variações acima dos 50%, como é o caso da caixa de massa (66%) que saiu de 3.500 Kz para 5.800 Kz, bem como do arroz, cujo preço do saco de 25 quilos cresceu 52% de 9.900 Kz para 15.000 Kz”, lê-se no Expansão.
O levamento feito durante as últimas semanas, tem como palco de actuação os supermercados e mercados informais tais como o Asa Branca e Catinton, em Luanda, devido a forte desvalorização do kwanza e o corte gradual da subvenção estatal do combustível. Diferente dos produtos já referidos, o preço da fuba de milho, fuba de bombó, batata rena e ovos não sofreram alteração até ao momento.
“A coxa de frango, um dos produtos mais consumidos pela população nacional, viu o preço da caixa de 10 quilos crescer em média 43% nos mercados informais ao sair de 10.500 Kz para 15.000 Kz. Na mesma ordem, o preço da farinha de trigo subiu de 300 Kz para 400 Kz o quilo, uma variação de 33%. Juntam-se aos produtos que registaram aumento nos preços, o feijão catarino e o açúcar com subidas de 25% e 20% respectivamente. Já a caixa de óleo (24 litros) com 11% e a de peixe carapau (20 kg) com 4% registaram as menores variações até a data do levantamento feito pelo Expansão”.
Recentemente, o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, solicitou ao novo governador do Banco Nacional de Angola, Tiago Dias, estratégias urgentes para travar a subida dos preços e a desvalorização do kwanza, que actualmente é considerada a moeda mais fraca do continente africano.
Fonte: Expansão
Por: Irinea Lukombo
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