CEO da Huawei Chu Xiaoxin avança com propostas de investimento no mercado angolano


O CEO da empresa chinesa Huawei, Chu Xiaoxin, abordou em entrevista ao JA realizada por vídeoconferência com a utilização de uma plataforma virtual projectada internacionalmente, a necessidade de desenvolver novas formas de comunicação e de trabalho remoto, olhando a lentidão na Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) que Angola apresenta em relação aos países vizinhos.

Uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, Huawei, tenta esquecer a guerra comercial ditada pelos EUA e Reino Unido e anima a visão sobre Angola, enquanto a Covid-19 se encarrega de despedaçar os restantes planos e sonhos geracionais de curto prazo. O gestor revelou que ainda não conhece bem o país, mas manifestou-se surpreendido pela positiva com as infra-estruturas que encontrou na capital, e lembrou que Angola ainda está distante da penetração dos serviços móveis que se verifica noutros países africanos, como a Nigéria, Quénia, Ghana e África do Sul. Segundo os dados do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), regulador do sector das TIC, a taxa de penetração móvel estava nos 49% da população até ao fim de 2019, diferente da Nigéria, Quénia, Ghana e África do Sul, onde a penetração móvel ultrapassa os 80%.

“Em todo o mundo, o novo coronavírus obrigou as pessoas a repensar o seu estilo de vida. Isto vai realçar ainda mais a importância da conectividade. O mercado das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em Angola ainda é mais lento do que nos países vizinhos Angola tem muito espaço para melhorar, acompanhar a passada dos principais mercados africanos de telecomunicações, é necessário investir em infra-estruturas, melhorar o ambiente empresarial e a regulação do sector, ainda muito dependente do governo”, frisou Xiaoxin.

A entrada de novos operadores de telecomunicações nos próximos meses, como é o caso da quarta operadora movel, Africell, pode ter algum impacto nas infra-estruturas do sector, enquanto a Angola Telecom mantém em aberta a possibilidade de utilizar a terceira licença que lhe foi atribuída.

“Em primeiro lugar, os novos operadores vão construir infra-estruturas, como estações-base sem fios e redes ópticas, que vão promover o desenvolvimento do mercado de comunicações móveis, a chegada de novos operadores fornece aos usuários maior capacidade de escolha e serviços diversificados”, disse Chu Xiaoxin.

Nos planos da Huawei para Angola, está em vista a inauguração do Parque Tecnológico prevista para 2021, em Luanda, avaliado em 60 milhões de dólares.

Não é assim apenas em Angola, a multinacional fornece 45 dos 50 maiores operadores de telefonia móvel do mundo, cenário que pode mudar radicalmente com as sanções aplicadas pelos EUA, enfrenta uma pressão tão forte dos EUA e Reino Unido que depois deve alastrar-se aos países aliados, e pode comprometer grande parte da trajectória vencedora da empresa chinesa, sobretudo nos mercados mais desenvolvidos e ricos. A Huawei é neste momento com facturação de cerca de 65 mil milhões de dólares apenas nos primeiros seis meses de 2020, a marca de telemóveis mais vendida no mundo, à frente da Samsung (Coreia do Sul) e da Nokia (Finlândia). Só que o Governo de Donald Trump parece não querer saber dos futuros impactos internos e externos da exclusão da Huawei das redes de última geração, também conhecidas por 5G.

Contudo, acredita que a situação “é manejável” em Angola por várias razões, sobretudo pela necessidade de transformação tecnológica que o país enfrenta e pelo conhecimento que a empresa acumulou sobre o mercado nacional, e diz que se trata de uma guerra comercial, negando as acusações de espionagem feitas pelos EUA.

Com mais de 20 anos de presença oficial no país e 1300 postos de trabalho directos, a Huawei Angola apresentou um novo Chief Executive Officer (CEO), no acrónimo em Inglês, equivalente a PCA – Presidente do Conselho de Administração, Chu Xiaoxin, em Abril. Nascido em 1986, formado na Universidade de Nanjing em Ciências da Computação.

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