Dez meses depois, Tribunal inicia julgamento do caso “Miss Huíla”


Após a detenção dos suspeitos de um caso de roubo de uma viatura e tentativa de homicídio, ocorrido há dez meses, o Tribunal de Comarca do Lubango, província da Huíla, iniciou nesta terça-feira (11) o julgamento do mediático caso que envolve a Miss/Huíla 2018, Beatriz Alves e mais três arguidos.

Foto: Angop/José Filipe

Os envolvidos estão a ser acusados de terem cometido crimes de roubo, homicídio qualificado na forma tentada, posse ilegal de arma de fogo e sequestro na comuna da Arimba, a 15 quilómetros da sede capital, Lubango.

No último mês de Janeiro, a “Miss Huíla” 2018 chegou a ser detida por suspeita de envolvimento no caso, mas acabou ilibada pelo Ministério Público na fase de instrução preparatória, por alegada falta de prova material, num crime ocorrido em Dezembro de 2021, que teve como vítima o seu suposto namorado.

Segundo a Angop, na primeira sessão de julgamento do processo, foram ouvidos os três réus, sendo o principal António Francisco Fernandes, mais conhecido por Tony, oriundo de Luanda. Depois das questões prévias, o juiz-presidente da causa, Marcelino Tyamba, começou por interrogar os réus para apurar o grau de envolvimento dos acusados, nessa fase de produção de provas, em sede de julgamento.

Apesar do seu suposto envolvimento no crime, Beatriz Cardoso Alves, aparece no referido processo na condição de declarante, o que foi contestado pelos réus, que revelaram na sessão terem sido coagidos a pronunciar-se a favor da miss, na fase de instrução, afirmando que a declarante fez parte da elaboração da estratégia criminosa.

Na fase de instrução preparatória do processo, segundo António Fernandes, um dos envolvidos de 26 anos, ao responder ao juiz, foram coagidos por um oficial dos serviços prisionais e os advogados de defesa da antiga Miss/Huíla a ilibá-la, sob a promessa de terem a garantia de um “bom” advogado e compensações financeiras.

De acordo Angop o julgamento não tem data para terminar, no entanto, durante a apresentação das questões prévias, o Advogado de defesa de António Francisco Fernandes, solicitou ao tribunal a requisição de uma conversa mantida por telefone entre Beatriz e uma terceira pessoa.


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