Cientistas criam primeiro “embrião” humano sintético sem óvulo nem espermatozoide


Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos e Reino Unido, anunciou nesta quarta-feira, 14 de Junho, durante a reunião anual da Sociedade Internacional para Pesquisa de Células-Tronco (ISSCR), a criação das primeiras estruturas semelhantes a embriões humanos a partir de células estaminais, sem a necessidade de óvulos e espermatozoides, que poderão ajudar a compreender doenças genéticas ou as causas de abortos espontâneos.

Foto: Freepik

Ainda no estágio inicial do seu desenvolvimento, os cientistas explicaram que a estruturas semelhantes a embriões foram cultivadas a partir de células estaminais embrionárias humanas que foram induzidas a desenvolver-se em três camadas distintas de tecido, células que normalmente desenvolveriam um saco vitelino, uma placenta e o próprio embrião.

Nessa fase, o embrião ainda não tem coração pulsante, intestino ou começo de cérebro, mas o modelo mostrou a presença das células primordiais que são as precursoras do óvulo e do esperma, comprovando o desenvolvimento.

Não se sabe ainda se o feito teria potencial para continuar a amadurecer para além dos primeiros estágios de desenvolvimento, e chegar à criação de órgãos. Além disso, o objetivo da pesquisa é identificar mecanismos genéticos, e não há a perspectiva para o uso na prática clínica, o que seria ilegal nos países onde o trabalho é conduzido.

O estudo em questão, levanta questões éticas de pesquisadores, já que, por ser algo muito novo, as regras podem ser atrasadas. As diretrizes da ISSCR sobre o tema afirmam que a pesquisa científica em e com embriões humanos e linhagens de células-tronco embrionárias em cultura é vista como eticamente permissível em muitos países quando realizada sob rigorosa supervisão científica e ética, como nos EUA e no Reino Unido. Porém, é difuso até que ponto esses estudos podem caminhar.

Neste momento, estes modelos estão confinados a tubos de ensaio no laboratório. Seria ilegal implantá-los num útero e também não é certo se essas estruturas sintéticas têm potencial para continuar a amadurecer além dos primeiros estágios de desenvolvimento.


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