Adolescentes unem-se para lutar contra a regra de corte obrigatório do cabelo masculino nas escolas


Os adolescentes Zuénio José e Ricardo Cataganha criaram no dia 02 de Abril, a associação ” Crespo Angola” para dar voz ao movimento “Meu cabelo é minha identidade, o que me identifica é minha cultura” que visa chamar a atenção dos ministérios da Educação e Cultura, a fim de se abolir a regra do corte obrigatório do cabelo masculino, nas instituições de ensino nacionais. 

Cansados de ouvir relatos de rapazes expulsos das instituições de ensino por deixarem crescer o seu cabelo e de vivenciarem a situação na primeira pessoa, Zuénio e Ricardo têm feito campanhas digitais para chamar também a atenção do público para esta questão importante.

Os representantes do movimento alegam que o cabelo não define as pessoas, mas sim o carácter e esperam que o movimento sirva para mudar a consciência dos professores e agentes de ensino, no que diz respeito a isso.

Para o efeito, a Crespo Angola criou uma petição e endereçou recentemente uma carta aberta aos ministérios acima referenciados.

“Excelência Sra. Ministra em nome de toda sociedade estudantil do país, peço a sua excelência junto com o ministério da cultura nos ajude no resgate dos nossos valores, nós somos negros, o nosso cabelo é a nossa identidade, nossa identidade é a nossa cultura. É triste num país democrático as pessoas (em particular) os estudantes não terem a liberdade de tratar o seu cabelo do jeito que desejam. Meu cabelo é minha identidade, o que me identifica é minha cultura Sra. Ministra, nas escolas os estudantes do tom de pele clara têm a liberdade de criar o cabelo do tamanho que eles querem, mas nós por sermos pretos somos discriminados, dizem que se nós criarmos o cabelo é sinal de marginalidade. O nosso cabelo não define que somos marginais, mas sim o nosso caráter como africanos que somos. Por favor Sra. Ministra vela por esse problema, padroniza as escolas para que nos permitam ter a liberdade de criarmos o nosso cabelo, o cabelo não define falta de bom aproveitamento escolar, mas sim serve para a nossa auto-estima e edificação cultural. O país está numa fase de mudança, precisa-se mudar a mentalidade das pessoas quanto a isso. Esperamos que o ministério da Educação e da Cultura nos ajude a mudar a consciência dos professores nas instituições nacionais. Cabelo não esconde faca, pistola e bomba. Somos expulsos por usarmos cabelos naturais. Esperamos uma notificação do ministério da Educação e da cultura quanto a isso. Muito obrigado”

Assine a petição aqui!

Por: Ester Mendes


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5 Comentário

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  1. Também sou de acordo,Vamos continuar a lutar pelos nossos direitos…