Com o propósito de ganhar o ‘Big Brother Brasil21’ manter o foco no grande prémio levou Camilla à final da temporada. A quantia monetária referida não veio, mas a influenciadora digital teve a oportunidade de mostrar com sensibilidade e gentileza a sua história ao público do reality e conquistou milhões de fãs.
Tendo conquistado o segundo lugar no pódio do BBB 21, com 5,23% dos votos do público. Camilla fala sobre a sua trajectória dentro da casa mais vigiada do Brasil.
“Aprendi a confiar mais em mim e na minha intuição. Lá dentro, quando eu desconfiava de alguma coisa, na maioria das vezes, eu estava certa. Antigamente eu duvidava muito disso, ficava a me questionar, às vezes ia pela cabeça do outro. No BBB, eu consegui ir pela minha própria cabeça. Isso vai seguir aqui fora também”, comenta a influenciadora.
Qual balanço você faz da sua jornada no BBB 21?
Acho que amadurece bastante lá dentro. Percebe que cheguei com uma vibe um pouco mais brincalhona, mais distraída, um pouco mais “vida louca” e, quando comecei a olhar e perceber que a coisa estava séria, eu dei uma segurada na brincadeira. Fiquei um pouco mais séria. Foram várias as situações em que eu precisava ser um pouco mais firme e isso mexeu um pouco com a minha personalidade lá dentro. Mas, em alguns momentos, eu tentava levar na brincadeira, porque não dava para nós ficarmos sérios o tempo inteiro, na tristeza o tempo inteiro. Percebe que saí uma pessoa mais forte de lá.
Você traçou alguma estratégia para chegar ao prémio de R$ 1,5 milhão?
Não, nenhuma. Só entrei e joguei e, a partir do momento que passei por aquela porta, nenhum plano que se faça aqui fora funciona, porque não se sabe o que se esperar lá dentro. Até conversei outro dia com a Juliette sobre entrar a planejar fazer uma determinada coisa. Não vai funcionar, porque lidar com outras pessoas que têm outros comportamentos. Não tem como você planejar algo. Se joga e vai.
Esperava ser finalista do BBB 21?
Não vou mentir não: entrei porque imaginei que talvez pudesse ganhar. Vai que o povo gosta de mim! Certeza não se tem, mas pelo menos sonhar… acreditei muito em mim, por isso resolvi aceitar o convite também. No primeiro dia, quando sentei à mesa e olhei a quantidade que se tinha, pensei: “Meu Deus, tem 14 pessoas incríveis aqui. Acho que vai ser difícil”. Mas sonhei.
Você já havia feito inscrição para participar do programa em temporadas anteriores. Como foi entrar no BBB como integrante do Camarote?
No vídeo da minha trajectória, achei engraçado porque não lembrava do Caio a perguntar para mim: “Você é camarote ou pipoca?”. E eu olhei para ele e falei: “Camarote, né”. Achei naquele momento, porque eu fiquei muito feliz com o convite. Eu entrei ali como influenciadora digital e, uau, tem várias meninas incríveis que trabalham na internet. Então, receber esse convite, para mim, foi surreal, eu fiquei muito feliz. Em uma das entrevistas, eu falei: “Meu Deus”, eu já me inscrevi duas vezes e vocês não me chamaram” (risos). O mundo não girou, ele capotou.
Na casa você falava muito sobre esse seu lado sensitivo, que às vezes trazia algumas previsões do jogo, até mesmo por meio dos sonhos. Houve momentos em que isso te deu pistas reais do que iria acontecer?
Tive alguns sonhos sim assustadores, tá? só não previ a minha vitória. Não sonhei e ela não aconteceu. Mas quando a Carla atendeu o Big Fone, eu sonhei e falei. “Carla, você está ir para o paredão e vai ser um paredão falso. Você não grita, você vai quieta”. E quando aconteceu o paredão e o Tiago anunciou que ela tinha saído, esquece. Realmente acreditei que ela tinha saído. Quando ela voltou, eu falei: “Meu Deus, eu sonhei, eu falei pra ela. Dei dicas, disse ‘olha, cuidado, não grita, assiste tudo o que você puder, volta aqui daquele jeito’”. Mas eu tive vários sonhos. Inclusive, não só sonhos. Eu acertei o número do apartamento do Arthur sem querer, e fiquei chocada. Eu acho que posso fazer consultas na internet agora.
Sua personalidade conciliadora também foi muito comentada pelos participantes , já que, especialmente nas situações de conflito, você tentava acalmar os ânimos. Acha que isso te ajudou a chegar entre os finalistas?
Eu acho que sim e é uma qualidade da qual eu me orgulho. Eu ficava a pensar assim: “Meu Deus”, o pessoal não me conhece, conhece uma parte de mim na internet, que eu sou conflituosa porque eu falo o que tiver que falar”. Mas eu sou o tipo de pessoa que não gosta muito de confusão. Quando eu via o caos instaurado e ninguém a racionar, eu, com a cabeça um pouco mais firme, tentava conciliar. Eu falava: “pessoal, pelo amor de Deus, vocês estão a surtar. Vamos manter a calma. Vamos tentar organizar para ver se sai alguma coisa direito”. Eu lembro que era muita complicação, muito caos. Teve um dia que aconteceu a discussão da Karol com a Carla, no quarto colorido, do Lucas na sala e ainda tinha a Lumena no meio. Alguém tinha que estar lúcido ali para pedir para o povo parar. Eu deixo o povo discutir um pouco, falar o que quer, mas chega uma hora que tem que ir lá acalmar, senão a situação fica pior.
Apesar desse seu jeito, houve algum momento em que você mesma se viu fora do eixo?
Na minha discussão com a Karol. Ali eu perdi a cabeça. Eu cheguei calma, toda feliz. O Gil tinha discutido nesse dia. E eu falei: “meu Deus, fiquei fora de um ‘B.O.’ que não é meu’. Quando eu fui entrar na casa, ela falou para mim: “Você está do lado do Gil”. E eu: “Eu não estou do lado de ninguém, eu estou do meu lado”. E ela começou a me cutucar, cutucar. E aí nós começamos a discutir. Eu sou paciente, mas não testem minha paciência, não!
Sua amizade com o João marcou a temporada, já que foi a dupla que permaneceu por mais tempo na competição. O que uniu vocês dois desde o início do jogo?
A primeira coisa de facto foi um acontecimento relacionado à maquiagem e eu cheguei a comentar com ele: “Acho que não foi bom isso aqui”. E nós nos aproximamos por essa ideia, com a qual ele também não concordou. E depois, foi só a baixaria, os memes, a zoeira. Ele tem uma idade muito próxima da minha, ele também é ligado a internet. Nós riamos de várias coisas. E depois houve os momentos de tristeza, em que ele estava ali comigo. Ele conseguia entender pelo olhar. Mas, a ligação inicial foi pela questão da maquiagem e das brincadeiras.
Quais são os outros amigos que fez lá dentro e pretende trazer para a vida aqui fora?
Eu me aproximei bastante da Juliette do meio do jogo para o final. Nós nos aproximamos porque nós pensávamos muitas coisas parecidas. A nossa amizade começou por essa conexão. O João, a Ju e a Carlinha são as pessoas que apareceram até no vídeo da minha trajectória, o que me deixou muito feliz. Óbvio que eu quero ter amizade com as outras pessoas também, mas com eles eu tinha conversas mais profundas, conseguia-me abrir melhor.
Você se arrepende de alguma coisa ou faria algo diferente, se tivesse a chance?
Antes eu me arrependia pela bebida. Mas faz parte, então não tem nada, não. Estou bem tranquila mesmo. Não mudaria nada.
Quais são as lembranças mais especiais que você vai guardar dessa experiência?
O momento que eu estava a curtir com o pessoal, as festas. As conversas sérias sobre a sociedade que eu tinha com a Ju e com o João. Foram os momentos mais importantes. O Gil e o Fiuk também são pessoas que eu quero levar para minha vida.
Não ter ganhado a liderança foi algo que te abalou no jogo?
Não, mas eu fiquei chateada. Eu queria ganhar um líder, dormir naquela cama king size do BBB, poder gritar: “Uau” ganhei uma prova!”; ter a experiência mesmo. Mas eu tentei, não deu. Eu ficaria mais chateada se eu percebesse que eu não me esforcei, mas eu sei que eu me esforcei.
Qual o maior aprendizado que você leva da sua participação no programa?
Eu aprendi a confiar mais em mim e na minha intuição. Lá dentro, quando eu desconfiava de alguma coisa, na maioria das vezes, eu estava certa. Antigamente eu duvidava muito disso, ficava a me perguntar, às vezes ia pela cabeça do outro. No BBB, eu consegui ir pela minha própria cabeça. Isso vai seguir aqui fora também.
O que pretende fazer agora após o BBB? Quais são seus planos?
Como eu não tenho o prémio do primeiro lugar, eu vou tentar ser milionária. Quero continuar trabalhar com a internet, que é o que eu faço. Vou seguir, “deixa a vida me levar, vida leva eu”. Eu quero estudar para puder actuar, apresentar e não fazer nada errado.
Por: Ester Mendes