Segunda fase de ‘Velho Chico’: Antonio Fagundes assume lugar de Rodrigo Santoro


Com fortes emoções, reencontros e um despertar de amores antigos, “Velho Chico” estreou uma nova fase no capítulo dessa terça-feira, (12). Há um mês no ar, a novela apresentou uma história que começou no final da década de 60 e foi se desenrolando em momentos marcantes, cenas com emoção e reviravoltas que seriam determinantes para o futuro do enredo e de seus personagens. Agora, quase 30 anos depois dos últimos acontecimentos, na TV, um grupo de atores substitui a maior parte dos que contaram este romance e dão prosseguimento à narrativa de Edmara Barbosa e Bruno Luperi, sob a direção artística de Luiz Fernando Carvalho. 

Rodrigo Santoro e Antonio Fagundes

Quase 30 anos se passaram em ‘Velho Chico’, mas Saruê (Antonio Fagundes) não vai deixar que os cabelos brancos apareçam. Com as décadas, Afrânio ganhou poder e é seduzido por ele a cada dia que passa. Acumulou uma enorme vaidade e assumiu, com todas as contradições, a figura do coronel, conservando ao mesmo tempo um desejo de juventude eterna. Saruê parece querer ter controlo sobre o tempo, como quem guarda um elixir.

“A caracterização repleta de vaidade é muito comum aos homens ligados ao poder em toda a América Latina. Eles pintam o cabelo acaju (castanho escuro avermelhado), usam peruca, maquilhagem, fazem plásticas e outros procedimentos cirúrgicos. Tudo para que a imagem se renove a cada ‘mandato’, imaginando não se tornaram decadentes, mas é justo o contrário que ocorre. São líderes, figuras emblemáticas que fazem parte da história de nosso país e que não se encontram tão distantes do nosso dia-a-dia”, conceitua o director artístico Luiz Fernando Carvalho.

Afrânio (Antônio Fagundes)
Afrânio (Antônio Fagundes)

 

A aparência física de Saruê permanece realista, mas funciona também como uma máscara, de um grande coronel sertanejo nos dias de hoje, populista, amado e odiado, que esconde um Afrânio que também é pai, apaixonado e um homem de grandes emoções. No fundo, aquele jovem romântico e sonhador da tropicália de Salvador ainda vive dentro dele. Mas, num dia, diante de uma bifurcação da vida, ele escolheu abandonar. “Trata-se de um grande passional, um homem arcaico, cheio de verdades, mas também conflitos emocionais. Coronel Saruê resgata sua grande história de amor com Iolanda (Christiane Torloni). O problema é que ele não sabe lidar com este afecto. Ora nega, ora se entrega”, adianta o director.

Depois de tantos anos, o coronel traz na bagagem uma série de dramas familiare s: o filho mais novo Martim (Lee Taylor) foi expulso de casa por não aceitar os métodos de Afrânio, o patriarca; Maria Tereza (Camila Pitanga) luta frontalmente contra os procedimentos adoptados pelo pai em relação à cultura ribeirinha. Ela, como uma verdadeira heroína, vai tentar de todas as formas ‘arrancar’ esta máscara de coronel do seu pai. E Miguel (Gabriel Leone), o seu neto, volta de Paris com ideias de reformular completamente os métodos arcaicos do avô. Apesar do grande amor que os dois nutrem um pelo outro, as discordâncias pr ofundas levarão Saruê a mais um embate dramático dentro da própria família. “Ele é um representante desta antiga mentalidade feudal e machista, em contraponto a esta nova geração. É uma contraposição de licada, especialmente porque se dá no âmbito familiar”, pontua Luiz Fernando Carvalho.


Gostou? Partilhe com os teus amigos!