“Não é o patrocínio que faz o artista mais o talento” – Bonga


O músico angolano Barceló de Carvalho “Bonga” aconselhou hoje, quarta-feira, em Luanda, os jovens artistas no sentido de apostarem na produção de músicas com elevado grau qualitativo em termos rítmicos e de mensagens, como forma de valorizar e promover, cada vez mais, à cultura angolana.

Bonga

Em entrevista exclusiva à Angop, Bonga, que fez uma abordagem exaustiva sobre o mercado musical angolano, afirmou que só publicando trabalhos de qualidade se poderá concorrer com outros mercados, nesta senda da globalização.

“Não basta dizermos que temos x discos no mercado quando não trazem nada de novo ou então estarmos a apregoar que realizamos um espectáculo no país x, cuja casa esteve completamente lotada. Temos que ter uma base no nosso país, porque a internacionalização do produto angolano, da marca Angola começa dentro de portas”, disse.

Segundo o artista, a criação de um espaço no mercado angolano fará com músico consiga conquistar também lugar fora de portas. Bonga afirmou ainda que “não é o patrocínio que faz o artista mais o talento”, realçando que quando se tem talento se tem meio caminho percorrido para se concretizar os objectivos proconizados.

José Adelino Barceló de Carvalho nasceu em Quipiri, na província do Bengo, a norte de Luanda, em Angola. A família tratava-o carinhosamente por Zeca. A sua infância foi passada em bairros como os Coqueiros, Imgombotas, Bairro Operário, Rangel, e no Marçal. Aí vive-se um ambiente intimista de preservação das músicas e tradições angolanas, marginalizadas pela dominação colonialista presente na época.

O folclore dos musseques (bairros pobres) cedo fascinou o pequeno Zeca e por isso começou a frequentar e a participar das turmas dos bairros típicos de Angola, onde iniciou a sua actividade musical. Foi no bairro do Marçal que fundou o grupo “Kissueia”. Bonga resolve criar o seu próprio estilo musical, afirmando a especificidade da cultura angolana, numa época muito conturbada.

Prémios

Bonga recebeu inúmeros prémios de popularidade e homenagens relativamente à sua obra, onde conta com distinções várias, medalhas e discos de ouro e de platina.

Tem manifestado inúmeras vezes a sua solidariedade e altruísmo dando concertos de beneficência para instituições como a MRAR, a Amnistia Internacional, FAO, ONU e UNICEF. Para além disso tem participado em CDs como por exemplo “Em Português Vos Amamos” dedicado a Timor, “Paz em Angola” ou ainda “Todos Diferentes, Todos Iguais”, um marco na luta contra o racismo.

Tem mais de 300 composições da sua autoria, 32 álbuns, 6 video-clips, 7 bandas sonoras de filmes, e álbuns com inúmeras reedições em todo mundo.

Os seus temas têm sido interpretados por ilustres artistas como no Brasil Martinho da Vila, Alcione e Elsa Soares, em França, Mimi Lorca, na República Democrática do Congo, Bovic Bondo Gala, no Uruguai, Heltor Numa de Morais, e muitos artistas angolanos da nova vaga.

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