Famosos prestigiam o lançamento do filme “Njinga – Rainha de Angola” em Luanda


Com Lesliana Pereira no papel da protagonista, à frente de um elenco de luxo, a produção épica de ficção leva-nos à vida e reinado de Njinga Mbandi, nos Séc. XVI e XVII, e ao início da resistência à presença colonial no Reino de Ndongo, que hoje faz parte de Angola.

njinga
Convite para a pré-estreia do filme “Njinga – Rainha de Angola”,

Actores, produtores, realizadores, sonoplastas e demais profissionais do entretenimento, entre as quais a Ex-miss Angola Lesliana Pereira, viveram ao vivo a festa de pré-lançamento de um filme que trás pela primeira vez às telas do cinema nacional um guião exclusivo, assente na história da heroína africana do Reino do Ndongo e da Matamba.

Numa produção da Semba Comunicação, o filme angolano  “Njinga – Rainha de Angola”, teve a pré-estreia na noite da passada sexta-feira, (8),  contou com a presença do presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, e contou ainda com a presença de várias figuras do showbiz angolano, no centro de conferência de Belas em Luanda.

Nomes como, Yola Araujo, Ady Cudz, Lukénya Gomes, Coréon Du, Tania Burity, CEO do portal Platina Line, Sarchel Necesio, Patricia Pacheco, a actriz Sophia Buco, Celma Ribas, Miss Mundo Maria Castelo, Erica Chissapa, Henesse Cacoma, Vanda Pedro, Daniel Nascimento entre outros.

Daniel na estreia de rainha njinga

Yola Araujo e Lukenya Gomes no Rainha Njinga

 A longa-metragem traz em detalhe histórias do início da resistência à presença colonial no Reino do Ndongo, com um elenco maioritariamente nacional.

A produção do filme “Njinga – Rainha de Angola”,  foi desenvolvido no âmbito do Programa de Educação Patriótica “Amo Angola”, cujo propósito visa a valorização e o fomento do património identitário, símbolos e valores nacionais.

Pretende-se com o filme retratar a vida da Rainha Nginga Mbandi, produzido no quadro do projecto multimediático que está a ser desenvolvido pela UNESCO, este ano, incluindo “Njinga Mbandi” como uma das 25 figuras femininas mais importantes da história de África.

Descreve a sua bravura, capacidade de resistência, diplomacia e defesa dos interesses do seu povo, que constituem as raízes da realidade identitária de Angola.

Heroína africana e rainha de Ndongo (Angola) e de Matamba, conhecida por Ginga, nasceu em 1581 e faleceu em 1663. Em 1578, iniciou-se a ocupação daqueles territórios africanos pelos Portugueses.

O rei Ngola Kiluanji, pai de Nzinga, resistiu à ocupação do território africano pelos portugueses, que estavam fortemente interessados no comércio de escravos.

Quando lhe sucedeu o filho Ngola Mbandi, este tentou impedir que a procura de escravos alcançasse as suas terras. Foi então que a sua irmã, Nzinga, ajudou-o nas negociações com os Portugueses, que lhes retribuíram as terras em troca da sua conversão ao cristianismo.

Por consequência, Nzinga adquiriu o nome de Ana de Sousa e, posteriormente, as suas duas irmãs, Gambi e Fungi, passaram a chamar-se Bárbara e Garcia, respectivamente.

No entanto, os Portugueses não cumpriram o acordo celebrado, ao estabelecerem comércio com o jaga (chefe) de Cassanje. A adesão de alguns sobas (chefes) africanos, incluindo Ngola Mbandi, à política de comércio dos Portugueses, criou certa desordem no reino de Ndongo.

Nessa altura, para preservar a paz, Nzinga mandou assassinar aqueles chefes, alcançando assim o comando do grupo de resistência à ocupação de Ndongo e Matamba. Em seguida, a rainha de Ndongo e Matamba renegou a fé católica e juntou-se aos guerreiros jagas, passando a exercer as suas acções militares a partir de quilombos.

Com a ajuda de Nzinga, os Holandeses conseguiram ocupar Luanda, entre 1641 e 1648. A heroína conseguiu algumas vitórias e, em 1659, assinou um tratado de paz com Portugal, o que lhe permitiu reinar com uma certa paz até à data da sua morte, a 17 de Dezembro de 1663.

A sua irmã Gambi sucedeu-lhe, procurando continuar o trabalho de reconstrução que a irmã iniciara, mas os Portugueses apoderaram-se da região, em 1671.

Resistiu durante 40 anos à ocupação colonial e ao comércio de escravos no seu reino, tendo-se tornou um símbolo de luta contra a opressão e passado a fazer parte do imaginário histórico e cultural de Angola.


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