O conceituado rapper angolano, OG Vuino mais conhecido por Vui Vui, partilhou nesta terça-feira, 21 de Junho, o seu ponto de vista a respeito dos 85 milhões de dólares orçados para a transformação da antiga Assembleia Nacional, em novo Palácio da Música e Teatro.
Por meio de uma publicação feita no seu perfil do Instagram, Vui Vui partilhou a informação publicada pelo Novo Jornal, que dá conta da informação acima citada. Na legenda o artista, começou por saudar os seguidores, e posteriormente apresentou algumas sugestões sobre como as autoridades competentes podiam usar o referido valor.
“Bom dia nação! Gostava que alguém que conheça este dossiê, confirme a veracidade desta informação. Mas ao ser verdade com 85 milhões de USD dá para fazer 18 estúdios comunitários um em cada província. Com sala de aulas para formar criativos que vão contribuir com impostos para o país. Com museu da nossa música, com sala de espetáculos, com regras e estatutos que cobre e pague os nossos direitos autorais para deixarmos de ser uma classe pedinte”, lê-se nos primeiros parágrafos.
O rapper que aparentemente discorda da decisão de como o montante será usado, sem citar o nome da pessoa em causa, falou sobre um músico que segundo o mesmo encontra-se sob cuidados médicos pela falta de seguro de saúde e consultas regulares.
“Ainda agora temos um irmão artista que todos amamos que se tivesse um seguro de saúde e consultas regulares não estava numa cama de hospital estava no palco a segurar as pessoas enquanto vocês fazem campanha política. E se a arte não é importante, desafio a todos os partidos políticos, repito todos a fazerem comícios populares sem música, sem músicos sem animadores culturais ou sem DJ’s”, frisou.
Através de algumas questões colocadas, Vui Vui questionou e apelou as autoridades competentes para que ouçam a classe de artistas. “E nós queremos pôr 85 milhões de USD num só lugar? Quando não temos uma só sala digna de espetáculos em Angola? Que cultura afinal queremos? Que sentido devemos afinal caminhar? Ouviram quem da classe? Baseado em que factos? Publicamente eu peço a quem de direito que nos ouçam antes de fazer este investimento, tenho dito”, continuou.
O artista relembrou ainda um episódio onde durante o encontro do Presidente da República e a juventude angolana, o mesmo teria colocado a questão dos direitos autorais que segue sem resposta até a presente data.
“Publicamente, inclusive passado em rede pública de televisão no encontro entre o senhor Presidente sua excelência João Lourenço e a juventude angolana, falei já no fim, mas falei, acho que todos já estavam com fome e cansados, mas eu pedi apoio na resolução de cobranças de direitos autorais (já vamos no 3 ministro nada)”, fez saber.
Mais a diante, prestes a concluir a sua abordagem, em nome da classe dos artistas e daqueles que fazem qualquer espectáculo acontecer, Vui Vui solicitou um fundo para organizar a classe.
“Pedimos um fundo e sabemos que há muitos perdidos onde possamos de forma organizada contemplar toda a classe. E quando eu falo de classe não é só dos cantores, nós somos muitos mais, inclusive arrisco dizer somos graus de areia que fazem dunas na economia nacional deixo aqui alguns para elucidar”, mencionou. “Um país sem cultura, é como uma pessoa sem alma, olhem para nós de forma seria por favor tenho dito”, concluiu.