Costa Vilola um dos principais nomes do humor do país, foi o convidado da última segunda-feira (13) de Setembro, do programa “Diálogo Cultural”, da TPA 1, e na conversa com Walter Cristovão, o humorista falou sobre um dos momentos que muito o marcou, recordou a humilhação que sofreu ao lado dos amigos, na TPA 2, na altura gerida pela Semba Comunicação.
No programa, Costa contou a sua trajectória, desde a entrada para o mundo da arte, a criação do grupo “Tuneza”, que o catapultou para o reconhecimento que tem actualmente, as histórias de todo a seu trabalho em televisão, e as lições que aprendeu de tudo que já viveu.
O humorista lembrou com bastante tristeza a passagem pelo canal 2 da televisão pública de Angola, a primeira televisão onde o grupo assinou contrato, devido as humilhações que sofreram por parte de Sérgio Neto, na altura Director Executivo da Semba Comunicação, quando tentavam renegociar o acordo, disse que durante o processo, foram tratados como se o trabalho que faziam na altura não tivesse significado, o que os abalou muito e, como grupo, tomaram a decisão de abandonar o canal.
“Na altura da renovação do contrato, os responsáveis já não queriam nos receber. Quando enviaram alguém, o enviado nos humilhou, nos disse ‘vocês não valem nada, eu posso comprar um programa lá fora com mais qualidade, e melhor que o vosso'”, contou o Costa ao apresentador, quando questionado sobre quem seria o autor de tais palavras, o humorista não hesitou e revelou que foram palavras de Sérgio Neto. “Foi um choque muito grande, foi dai que nós decidimos passar fome em nome da nossa honra, dissemos se for para passar fome, vamos passar, mas você não vai nos humilhar, abandonamos a mesa de negociação”, disse.
Com a anulação do vínculo contratual, disse que acabaram por sofrer bloqueio do canal, não apareciam nos programas, eram excluídos nas coberturas de eventos e até familiares ficaram tristes com eles, com medo de que os mesmos pudessem ser vítimas de represálias.
“A nossa saída da TPA2, foi dramática, não sei se foi perseguição, sentimos o peso a influência, naquela altura só tínhamos a revista Caras, o programa Flash. Nós não podíamos aparecer na revista Caras, não podíamos ser entrevistados pelo canal, naquele tempo você que é artista e não aparece na TPA2, você não é artista”, confessou ‘O General Foge a Tempo’ que reforçou dizendo que “não foi coincidência, foi uma decisão tomada, que nós não podíamos aparecer nesses canais, e hoje compreendemos é normal até eu se calhar na posição dele faria a mesma coisa”.
“Como é que vocês dizem não aos filhos do presidente? O canal era gerido por Tchizé dos Santos e Coréon Dú, filhos do antigo presidente da República”, recordou o humorista.
Mas apesar do sucedido, os Tuneza conseguiram continuar, investiram na formação, procuraram inovar o seu trabalho e hoje são a maior referência em termos de humor no país e também em outros países de África e da Europa onde são bastante acarinhados.
Após o ‘não’ da TPA2, surgiram outras oportunidades para o grupo na TV Zimbo, quando terminou o contrato com o canal de Talatona, assinaram um acordo com o Mundo Fox, e de seguida rumaram para ao ZAP Viva, onde actualmente apresentam a série ‘No Cubico dos Tuneza’.
Recorde-se que na altura, a TPA 2 era gerida pela empresa Semba Comunicação dos empresários Coréon Dú e Tchize dos Santos, e Sérgio Neto era um dos directores executivos da mesma.
História comovente e, ao mesmo tempo, encorajadora.