A empresa portuguesa Coba vai assessorar tecnicamente o projeto de construção da barragem de Caculo Cabaça, que será a de maior potência em Angola, obra avaliada em mais de 4,5 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros).
A autorização para a contratação da Coba Consultores de Engenharia e Ambiente SA foi feita por despacho assinado pelo Presidente, José Eduardo dos Santos, de 25 de abril e ao qual a Lusa teve hoje acesso.
Visa a contratação dos serviços da empresa portuguesa para “consultoria, assessoria técnica na análise e aprovação do projeto de execução da empreitada para construção, fornecimento, montagem e comissionamento dos equipamentos eletromecânicos” da barragem de Caculo Cabaça.
O contrato está avaliado, segundo o mesmo despacho, em 37,3 milhões de kwanzas (mais de 200 mil euros).
A Lusa noticiou anteriormente que o Banco Comercial e Industrial da China vai financiar o Estado angolano para a construção desta nova barragem. Só a supervisão e fiscalização desta empreitada, conforme adjudicação aprovada no final de abril, vai custar mais de 145,5 milhões de dólares (133,7 milhões de euros) e fica a cargo do consórcio AIBC, formado pelas empresas Anglostar, Intertechne Consultores, Baran International e Copia Group.
Em maio de 2016, questionado pela Lusa, o ministro da Energia e Águas de Angola garantiu que a construção da nova barragem de Caculo Cabaça, na bacia do médio Kwanza, a de maior potência elétrica no país, arrancará “em breve” e vai permitir exportar eletricidade angolana.
João Baptista Borges destacou tratar-se de um “grande projeto” nacional para Angola atingir a meta de 9.000 megawatts (MW) de capacidade instalada em todo o país até 2025.
Só esta barragem, que o Governo angolano contratou há praticamente dois anos ao consórcio chinês CGGC (China Gezhouba Group Corporation) & Niara Holding, por 4.532 milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros), vai permitir produzir 2.171 MW de energia elétrica.
“É extremamente importante na perspetiva do desenvolvimento industrial do país e também de integração regional. Não nos podemos esquecer que estamos numa região em que o nosso país é um dos que de mais recursos energéticos primários dispõe, sobretudo a água”, sublinhou João Baptista Borges.
Em concreto, o ministro angolano admitiu que a barragem, e a interligação da rede nacional em curso, permitirá exportar eletricidade produzida no rio Kwanza para países como a Namíbia ou África do Sul.
De acordo com informação do consórcio chinês a que a Lusa teve acesso, depois de iniciada, a obra da barragem de Caculo Cabaça, no norte do país, deverá estar concluída em 80 meses, prevendo a empreitada a edificação de túneis, trabalhos de construção civil, fornecimento, instalação e testes de equipamentos eletromecânicos
A barragem de Caculo Cabaça foi identificada pelo Governo como uma das obras estruturantes nesta área e incluída no Programa de Investimento Público (PIP).
Lauca é a segunda maior barragem em construção no continente Africano, depois da grande represa do renascimento etíope, com custos estimados em 6,4 mil milhões de dólares norte americanos e uma capacidade geracional de energia de seis mil MW.
A entrada em funcionamento da central principal de Laúca, com seis grupos geradores de cada 334 MW, a partir de Julho, e da central ecológica com 67 MW, em 2018, permitirá beneficiar mais de oito milhões de pessoas e os pólos industriais em construção nas regiões norte, centro e sul do país.
As obras para o desvio do rio, em Laúca, iniciadas em 2012, compreenderam a escavação de dois túneis na margem direita do Kwanza, de 14 metros e meio de diâmetro e duraram 20 meses.
A segunda fase do projecto consistiu na construção da obra principal (paredão), a central principal, a central ecológica, enquanto a terceira fase inclui a componente electromecânica e das linhas de transporte para escoar toda energia para os grandes centros consumidores.
AR/ Lusa