Nádia Silva afirma que a prostituição salva vidas e casamentos: -“É das profissões mais antigas do mundo “


A apresentadora angolana Nádia Silva, abordou recentemente sobre diversos temas no Podcast “Malembe Malembe”, e oportunamente falou a respeito do assédio nas mais variadas áreas de actuação, o famoso “teste de sofá”, bem como da prostituição como “tábua de salvação” de alguns casamentos.

@Instagram: Nádia Silva

Ao longo da conversa, Nádia Silva começou por falar do impacto que sentiu ao sair da novela “Windeck” para “Impostora”, em 2016, e como foi a sua inserção numa realidade completamente diferente da sua.

“Tive um papel de protagonista na novela Windeck, um dos maiores projectos que construímos a nível de telenovelas em Angola, tanto que é uma novela que até hoje continua a passar em vários países e línguas, foi nomeada para um Emmy, parabéns e que haja mais projectos assim. Mas interpretar a Esperança, na Impostora, uma novela da TVi, um canal muito importante e privado de Portugal, tive que interpretar uma moçambicana, foi bonito, mas também muita gente pergunta-me ‘por que não continuas a fazer novelas?’. Eu acho que chegamos a um ponto em que também não queremos mais interpretar aqueles papeis que são muito desenhados para pessoas negras, racionalizadas ou africanas, ainda há aquele estigma de que a mulher negra ou é uma empregada, prostituta, inimiga, vilã ou uma pobre coitada que veio”.

A actriz acrescentou: “Nós sabemos que os negros não vivem assim, se formos a investigar a história nós temos negros que participaram activamente em grandes desenvolvimentos de coisa que hoje temos no mundo, os negros nunca foram os pobres coitados, escravos, as negras nunca foram sempre prostitutas ou vendedoras de serviços. Então por se colocar a pessoa negra neste papel eu recuso-me muitas das vezes a fazer vários projectos, porque é isso que têm a oferecer e eu digo não. Nádia Silva sublinhou que “é preciso também iniciar o movimento da desconstrução”, e recomendou que os actores não “têm de recusar os papeis, mas se calhar dar oportunidade aos negros de contar a sua própria história”.

No que diz respeito ao assédio no ramo do entretenimento, o famoso ‘Papoite’ na gíria angolana ou ‘teste do sofá, a actriz frisou que o mesmo existe em todas as áreas, e falou abertamente sobre a sua experiência, tendo contado que já esteve diante de tal proposta, e de que forma ultrapassou a situação.

“As pessoas conotam sempre a área da moda nomeadamente, porque é onde se calhar há maior exposição e mais fácil de atacar. Se só focarem na área da moda estão a esquecer as outras que há essa questão do assédio, não digo o moral, mas no seu todo. Em que área não há, pergunto isso? Temos assédio na área da saúde, educação, moda, cinema, eu já sofri assédio, se calhar hoje em dia já nem tanto, porque aprendi a posicionar-me, nós aprendemos a falar, a linguagem corporal, o nosso olhar consegue afastar pessoas e também numa realidade diferente, se calhar é mais difícil sofrermos esses assédios na Europa do que propriamente em África ou no nosso país que há muito essa característica”, frisou.

Nádia revelou que “graças a Deus nunca fiz o teste do sofá e falo com muito orgulho e não foi por falta de assédio ou pessoas que tivessem a intenção, mas, porque primeiro, sempre me posicionei muito bem, e segundo, porque tive um bom agente, ao contrário de pessoas que se calhar são esses mesmos agentes que as vendem ou promovem para esse tipo de prostituição, é assim que devemos chamar, o teste do sofá é tudo prostituição”, disse.

A actriz reforçou que conhece pessoas que passaram pelo “teste de sofá” e para as mesmas, está tudo bem, porque foi um serviço, pois, acredita que é preciso entender que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo.

“Prostituição ou pessoas que praticam a prostituição, homens ou mulheres salvam vidas, salvam casamentos, é das profissões mais antigas do mundo e que vai existir, se calhar o mundo vai acabar, mas a prostituição vai continuar. Há muitos parceiros e não digo só os homens, mas há muitos homens ou mulheres que se calhar só se mantém num casamento porque têm este suporte fora da relação, e está tudo bem”.


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Um Comentário

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  1. Sinceramente, penso que o título devia ser mais sugestivo