Bem no final do Outubro Rosa 2021, investigadores da Cleveland Clinic anunciaram em um comunicado de imprensa, que têm permissão da Food and Drug Administration dos EUA para iniciar a primeira fase de um ensaio clínico com vacinas que visam prevenir o cancro da mama triplo negativo.
É a forma mais agressiva e mortal da doença, que cresce e espalha-se rapidamente, de acordo com a American Cancer Society, é a responsável por 10% a 15% de todos os cancros da mama e é mais comum em mulheres com menos de 40 anos, afro-americanas e portadoras da mutação BRCA1.
O estudo que está a ser financiado pelo Department of Defense dos EUA, envolve 18 a 24 participantes e prevê-se o termino em Setembro de 2022. Todas as pacientes completaram o tratamento do cancro da mama triplo negativo em fase inicial, nos últimos três anos, e embora não possuam actualmente qualquer tumor, correm um elevado risco de incidência.
Ao longo do estudo, serão administradas três vacinas, de duas em duas semanas, e os efeitos secundários, bem como os resultados, serão acompanhados de perto. O objectivo desta primeira fase passa por determinar a dose máxima da vacina a ser tomada por uma paciente com cancro da mama triplo negativo precoce e avaliar os seus efeitos.
De acordo com G. Thomas Budd, responsável pelo estudo, os investigadores esperam “determinar a eficácia da vacina contra este tipo de cancro da mama altamente agressivo”.
“O objectivo a longo prazo desta investigação é determinar se a vacina pode prevenir o cancro da mama antes de ocorrer, particularmente as formas mais agressivas desta doença que predominam em mulheres de alto risco”, explicou Vincent Tuohy, o principal criador da vacina.
A vacina a ser administrada tem como alvo a α-lactalbumina, que é uma proteína de lactação que já não é encontrada na pós-lactação em tecidos normais e envelhecidos, mas que está presente na maioria dos cancros mamários triplo negativos. Então, o reforço do sistema imunitário contra esta proteína deverá proteger de forma preventiva as pessoas em risco de tumores mamários futuros.
“Se forem bem sucedidas, estas vacinas têm o potencial de transformar a forma como controlamos os cancros em adultos e de aumentar a esperança de vida”, disse Vincent Tuohy.
Conforme adiantou a equipa da Cleveland Clinic, para além de melhorar e prolongar a vida das pacientes, esta estratégia de vacinação poderia ser aplicada a outros tumores.
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