Minutos antes de encerrar sua carreira em uma final do mundial, Zidane surpreendeu o mundo ao acertar uma cabeçada em Materazzi que o levou a ser expulso no duelo que daria o título mundial à Itália em 2006. A tarefa de mostrar o cartão vermelho ao francês coube ao argentino Horácio Elizondo, que apresentou sua versão dos fatos sete anos após a decisão na Alemanha.
Em entrevista à revista inglesa “The Blizzard”, o ex-juiz sul-americano confessou que não viu o lance e só soube que deveria mandar o craque mais cedo para o chuveiro com a ajuda do quarto árbitro.
” Quando o Materazzi caiu no revaldo, a bola estava em jogo no outro lado do campo e, obviamente, eu estava concentrado no que se passava lá. Eu vi que um jogador colocou a mão na bola e marquei uma falta. De repente, eu vi o Materazzi no chão, e ele não levantava de jeito nenhum. Eu estava a 25, 30 metros de distância de Materazzi e, então, decidi parar a partida.”
Através do fone que usava, Elizondo perguntou a Darío García, um de seus auxiliares, o que houve. Sem o retorno que esperava, tentou buscar as informações com o outro assistente, Rodolfo Otero, que também não soube precisar o que levou o italiano ao chão. Até que Luis Medina Cantalejo, o quarto árbitro, se intrometeu na conversa.
“Tinha muitas dúvidas, não tinha visto o que realmente tinha acontecido e ninguém parecia ter visto o que aconteceu… Foi aí ouvi a voz do Luis Medina Cantalejo no meu fone, e ele dizia: “Horacio, Horacio, eu vi. Foi uma cabeçada realmente violenta de Zidane em Materazzi, bem em cheio no peito”.”
O árbitro argentino falou ainda que mesmo os jogadores pareciam não saber o que tinha acontecido. Apenas Buffon e Gattuso protestavam contra a arbitragem. Mesmo com as informações de Cantalejo, Elizondo não expulsou Zidane directo e, durante a entrevista, confessou que fez um teatro antes de mostrar o cartão vermelho que entrou para a história do futebol.
“Fui até o Dario (um dos auxiliares), mas eu sabia que ele não estava sabendo de nada. Se fosse até ele, todos perceberiam que o assistente me ajudou a tomar uma decisão. Então falei para ele ficar focado. Disse isso a ele e a mim mesmo para nos lembrar que ainda faltavam dez minutos para o fim da decisão. Então, virei fui até o Zidane e mostrei o cartão vermelho.”
Mesmo com um jogador a menos, a França levou o empate em 1 a 1 até o término da prorrogação. No entanto, sem a presença de seu camisa 10 e principal destaque, viu a Itália levar o tetracampeonato mundial nos pênaltis.
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