A justiça sul-africana condenou na passada terça-feira, 29, a 35 anos de prisão os cinco líderes de um grupo da extrema-direita branca que conspiraram para assassinar, há 11 anos, o antigo presidente da África do Sul Nelson Mandela.
Os vinte extremistas do grupo “Boeremag” julgados, atualmente entre os 32 e os 74 anos, tinham um atentado previsto para o dia em que Mandela, primeiro presidente negro do país (1994-1999), deveria inaugurar uma escola em outubro de 2002.
Os militantes da supremacia da “raça branca”, nostálgicos do “apartheid”, pretendiam que o atentado desencadeasse violência inter-racial e criasse as condições para um golpe de Estado.
“Eles tinham como objetivo derrubar o governo por meios não constitucionais como a violência”, sublinhou o juiz Eben Jordaan durante os dois últimos dias do julgamento.
Todos os acusados foram condenados por traição, mas apenas cinco por assassinato e conspiração para matar o prémio Nobel da Paz, entre os quais o cérebro do grupo Mike du Toit, de 52 anos. As penas vão dos 10 aos 35 anos de prisão.
No entanto, vários dos réus ficarão em liberdade, porque o juiz determinou que todas as penas incluem um período de 10 anos de pena suspensa.
Além do atentado falhado contra Mandela, o “Boeremag” reivindicou nove explosões ocorridas na noite de 29 para 30 de outubro de 2002 na zona do Soweto (sudoeste de Joanesburgo), visando uma mesquita, estações de comboio e paragens de autocarro, que causaram um morto.
Este foi o primeiro julgamento por “alta traição” desde o início da democracia na África do Sul em 1994 e decorreu sob intensa vigilância policial. Dois dos acusados conseguiram fugir em 2006 e em 2011, tendo sido depois capturados.
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