Ana Quintas de 39 anos, mestre em gestão de empresas, Co-fundadora e CEO da Startup Angowaste, é a grande vencedora da categoria ‘Inovação’ do concurso de negócios digitais “Unitel Go Challenge 2021”
A vencedora conta que aos 15 anos, quando teve de decidir a área de estudo a seguir, escolheu ciências económicas, pois, já sabia o que queria.
“Ser dona de um negócio, só não sabia o quê”, disse.
Por ser uma pessoa ambientalmente consciente, e embora já tinha abraçado um percurso profissional diferente, o seu lado ambientalista falou mais alto, por isso em 2019 decidiu criar um negócio que fosse rentável, mas com uma forte
componente ambiental, a “Angowaste”.
A Angowaste é uma plataforma digital de comercialização de resíduos que conecta geradores ou agregadores de resíduos recicláveis com as empresas de reciclagem, ou que utilizam resíduos recicláveis no seu processo produtivo.
Com um sistema de negócio inovador e promissor a Startup apresenta-se como uma iniciativa verde alinhada aos objectivos de Desenvolvimento Sustentável no âmbito da redução do impacto ambiental negativo através da gestão e redução de resíduos, bem como a sua prevenção, redução, reutilização e reciclagem.
A Angowaste, é uma cleantech que oferece uma solução prática e funcional, que permite aos seus clientes realizarem a gestão dos resíduos, monitorar históricos e tomar decisões estratégicas com base em gráficos e relatórios. Ana Quintas partilhou que a Angowaste continua a passar por um processo de validação de mercado, mas, já sente a necessidade de pivotar o modelo de negócio.
“A nossa Startup controla a produção, transação e destinação de resíduos de uma forma simples através de uma plataforma segura. O grande desafio é a necessidade constante de pivotar. Apesar de acharmos que vai funcionar, mesmo após um estudo de mercado feito, poderá sempre haver surpresas no momento em que a ideia é implementada”, disse Ana Quintas.
Questionada sobre o acesso aos investidores e a realidade do apoio às Startups em Angola, a gestora afirmou não ter experiência com o tema, mas entende ser um contexto pouco explorado no ecossistema de inovação no país.
“O número de Startups que já o conseguiram é ínfimo e ainda há pouca partilha relativamente a forma como o conseguiram. Mas no que diz respeito às parcerias, parecem ser mais acessíveis de obter, desde que esteja claro o win-win da relação”, disse.
A participação da Angowaste no concurso Unitel Go Challenge dois anos após a sua criação, foi motivada pela necessidade de dar a conhecer a Startup e começar a conquistar prémios que ajudassem a empresa a arrancar. Ao partilhar a sua experiência pessoal, Ana conta que foi desafiante, e boa.
“As sessões semanais que requeriam muita disciplina e a busca de respostas às questões levantadas pela equipa de inovação da Unitel foram trabalhosas. Ter de apresentar o negócio em frente a um júri em televisão e em directo também foi algo bom, pois, forçou-me a libertar-me de algumas limitações e fez-me desenvolver skills na forma com que actualmente abordo os potenciais usuários da plataforma”, referiu a Gestora. “Temos parceria com uma empresa de consultoria ambiental. Estamos à procura de outras parcerias na cadeia de valor da reciclagem, nomeadamente, na componente de logística. Também já estamos em conversações com a Agência Nacional de Resíduos”, afirmou.
Ao passar o testemunho da sua trajectória no empreendedorismo, a gestora partilhou que o mesmo exige dedicação.
“O empreendedorismo exige dedicação, tempo, e sentido de missão por isso devem trilhar este caminho de forma realista e sensata conscientes que nada é garantido e não se sabe ao certo em quanto tempo o negócio pode começar a dar frutos”, partilhou.
Com um percurso inspirador e promissor a Angowaste visa o controle a produção, a transação e a destinação de resíduos de uma forma simples, bem como criar relatórios periódicos automaticamente para cumprir com as obrigações legais.