“Dificuldades é algo que todo estrangeiro encontra ao chegar na Rússia” – Danilson Melicio


Procurando saber mais sobre a diferença do sistema de ensino angolano com relação a de outros países, a AngoRussia foi a busca de vários estudantes angolanos que se encontram a frequentar o ensino superior fora de Angola para conhecer um pouco das dificuldades que os mesmo passaram ou passam para se adaptar ao novo sistema de ensino em que estão inseridos no país em que se encontram a fazer o ensino superior. Danilson Melicio estudante angolano da cidade de Ufa, Rússia, é o nosso quarto entrevistado, num leque de várias entrevistas, que irão ao ar ao longo deste mês.

Danilson

Natural de Luanda, Danilson Paulo Melicio, 23 anos, é mais um estudante angolano que vem dando o seu melhor no estrangeiro se destacando nas actividades cientificas da sua universidade ajudando a elevar o nome de Angola ao topo.

Danílson residente na Rússia há mais de 4 anos, é estudante do 3º ano do curso de engenharia de petróleo, na aérea de ‘’Construção e Reparação de Gasodutos, Oleodutos e Poleodutos na universidade Técnica Estatal de Petróleo e Gás na cidade de Ufa.

“Dificuldades é algo que todo estrangeiro encontra ao chegar na Rússia”, começou por dizer o estudante. A  língua russa é um dos grandes obstáculos para o sucesso académico de muitos estudantes estrangeiros. Danilson revelou à AngoRussia que a língua foi e continua a ser a sua principal barreira que todos os dias tenta derrubar.

Quando estava no 1º ano, Danilson teve uma adaptação muito difícil, que quase ou mesmo algumas vezes não entendia nada durante às aulas, e quando chegasse a época dos exames era como se fosse “bicho-de-sete-cabeças”, isso porque não era só estudar o conteúdo da disciplina, mas também saber fazer o uso correto das palavras e enquadrar a gramática certa.

‘’Tudo depende do trabalho árduo do próprio estudante, e de uma percentagem mínima, da compreensão dos professores, no meu caso, graças a existência destes factores, tenho conseguido alcançar os objectivos que me trouxeram cá”.

Actualmente considerado um dos melhores estudantes da sua faculdade, e já ficou 3 vezes consecutivas no quadro de honra, Danilson conta com um histórico de notas com uma media de 4.89 ( de ressalvar que, a nota máxima na Rússia são 5 valores).

Fora o facto de ser muito estudioso, Danilson considera-se um jovem simples, sempre disponível a ajudar os outros, pensar que consegue convencer todos é o que ele acha defeito em si, sobre política ele diz “Jogo sujo”.

Danilson

A AngoRussia convidou-lhe a fazer uma comparação do sistema de ensino usado na Rússia (propriamente em sua universidade) com o sistema de Angola, ele disse:

‘’Avalia-se um sistema de ensino em função dos seus resultados, a capacidade dos estudantes formados em suprir a demanda da procura de mão-de-obra qualificada pelas empresas. O sistema de educação russa é um sistema que vem se adaptando as novas tecnologias, possui riquíssimos professores, detentores de um saber invejável, mas as vezes o salário baixo vem deteriorando a qualidade dos nossos doutores. Estudantes russos usam frequentemente as famosas ´´cabulas´´, e não é simplesmente cabula escrita e algo que até chamaria de tecnologia, eles usam uma espécie de micro auscultadores na qual e colocada no ouvido e de casa a outra pessoa vai ditando as respostas todas sem o professores perceber nada, apesar e muitos conhecerem esse truque dos estudantes, outra facilidade em que “podemos comprar tudo o que queremos” torna o sistema de ensino russo muito duvidoso, pois a qualidade de um sistema de ensino tem muito a ver com a rigorosidade.

Já em Angola, nós temos um sistema de educação muito debilitado, e compará-lo (em termos de igualdade) com o sistema russo seria muito difícil, já que não temos um sistema de “cabeça-tronco- e membros”, algo que posso assim chamar sistema bem desnorteado, onde não há ligação entre o ensino médio ao superior, tendo em conta as dificuldades que os estudantes enfrentam nas universidades, e até as vezes mesmo pela péssima qualidade de alguns docentes.

Para terminar, digo que apesar de não termos em Angola um método definido, mas ainda assim no meu parecer temos um sistema, principalmente o superior, melhor comparando com à Rússia no que concerne a rigorosidade nas questões “cabulas, uso de meios impróprios, compra de trabalhos ou até mesmo diplomas”, digo isso, porque dificilmente encontraras um estudante da Universidade Agostinho Neto no 3º ano de engenharia que não sabe noções básicas de Matemática, mas cá na Rússia é bem normal.’’

Danilson como já dissemos é um jovem simples, então o seu dia-a-dia não é muito movimentado, universidade-casa, casa-universidade, gosta de leitura e de poker. Tem uma relação muito boa com a comunidade Angolana na cidade de Ufa, os que o conhecem bem, sabem lidar com a sua forma e pensar com facilidade, quando acontece ao contrário tem sempre aquela discordância, pois a relação entre homens é muito complexo dada as diferenças entre formas de pensar.

 


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