Os taxistas da província do Huambo paralisaram, esta quarta-feira, as suas actividades diárias, em protesto contra a redução do número de passageiros de 75 para 50 por cento, alegando ainda excessos na actuação dos agentes reguladores de trânsito.
A redução do pessoal em transportes colectivos resulta das novas medidas sobre a situação de Calamidade Pública em Angola, devido ao aumento do número de casos de Covid-19.
Os taxistas dizem estar de acordo com as medidas de prevenção da Covid-19, porém acusam alguns agentes reguladores de trânsito de “exagerar” na fiscalização, principalmente no que toca a lotação de 50 por cento em cada viatura Toyota Hiace, para além de, supostamente, estarem a “extorquir” dinheiro aos automobilistas.
Para além da suspensão da actividade, segundo apurou a Angop, os taxistas posicionaram-se nas principais paragens inter-municipais da cidade do Huambo, para impedir a circulação de outros automobilistas que decidiram não participar da greve.
O comportamento dos automobilistas acabou por criar enormes dificuldades na movimentação de pessoas, nos troços da referida província.
Falando à imprensa, o taxista Ernesto Camuquinda disse estar agastado com o comportamento de alguns agentes que, quando o interpelam, têm como fim único extorquir dinheiro, sob pena de levarem a viatura ao parque ou apreenderem os documentos.
O secretário da Associação dos Taxistas no Huambo, Graciano Domingos, disse à margem de um encontro de concertação com as autoridades locais que as negociações deverão continuar até a actualização do Decreto Presidencial, numa altura em que automobilistas ressentem os efeitos negativos da Covid-19.
Reagindo a situação, o director do local dos Transportes Tráfego e Mobilidade Urbana, Joaquim Solinga, disse que a situação já ficou ultrapassada depois de duas horas de concertação com a associação dos taxistas e a Delegação do Ministério do Interior.
“Conseguiu-se normalizar a situação, depois do tumulto que se registou no período da manhã. Relativamente a redução do número de passageiros não é um assunto do Governo Provincial do Huambo, mas um imperativo legal”, disse.
Por sua vez, o porta-voz da Delegação do Ministério Interior no Huambo, Martinho Kavita Satito, refutou as acusações de alguns taxistas, segundo as quais os agentes reguladores insistem em extorquir dinheiro aos automobilistas, salientando que a greve resulta das novas medidas de prevenção contra a Covid-19.
Apesar disso, apelou os automobilistas denunciarem todos os actos indecorosos protagonizados pelos agentes reguladores de trânsito que têm a missão de fazer cumprir a lei.A província do Huambo conta com mais de dois mil táxis legalizados.
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