Sonangol fica sozinha a operar o “bloco 23” do ‘offshore’ angolano


A concessionária estatal do setor petrolífero angolano, Sonangol, passou a ser única a integrar o contrato de partilha de produção do bloco 23, em águas profundas, com a saída de duas empresas nórdicas.

sonangol

A informação consta de dois decretos executivos, ambos de 13 de maio e assinados pelo ministro dos Petróleos angolano, José Maria Botelho de Vasconcelos, autorizando a cessão da posição de 30% da Svenska Petroleum Exploration AB (Suécia) neste bloco à dinamarquesa Maersk Oil, com “efeitos retroativos a 01 de novembro de 2014”.

Por sua vez, o segundo decreto aprova a cessão da posição da Maersk Oil (que passou a ser de 80%) à Sonangol Pesquisa e Produção, que assim passou a deter 100% do capital social do grupo empreiteiro responsável pelo bloco 23.

Os decretos não adiantam informação sobre a saída das duas petrolíferas, mas têm sido conhecidas preocupações de várias operadoras sobre os elevados custos de produção de petróleo em Angola, tendo em conta a baixa da cotação no último ano.

Até agora, a Maersk Oil operava em três blocos em Angola (8, 16 e 23), empregando, antes da crise da cotação do barril de crude, cerca de 1.400 pessoas.

Com estas alterações, a Sonangol fica a operar sozinha este bloco, situação que não é comum, tendo em conta a necessidade de partilhar custos da operação.

A receita total da concessionária estatal angolana cifrou-se em 2015 nos 2,2 biliões de kwanzas (11,8 mil milhões de euros], tendo a petrolífera produzido 649,5 milhões de barris, o que representa uma média de 1,77 milhões de barris por dia, traduzindo-se neste caso num aumento de 6% face à produção do ano anterior.

Angola é o segundo produtor de petróleo da África subsaariana, mas a crise na cotação petrolífera atirou as receitas para menos de metade em 2015, com a concessionária estatal também a ressentir-se no seu desempenho.

Detida pelo Estado angolano, a Sonangol vai passar a ter uma comissão executiva, no âmbito do processo de reajustamento da organização e otimização do setor dos petróleos bem como de reestruturação da empresa, que está a ser apoiado pela empresária Isabel dos Santos.

 


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