Líder mundial de prestação de serviços à indústria petrolífera dispensa cerca de nove mil trabalhadores a nível global, por causa da queda do preço do petróleo. Angola também vai sofrer, diz empresa ao expansão.
A Schlumberger, multinacional e líder mundial de serviços petrolíferos franco-norte-americana, vai despedir nove mil trabalhadores, cerca de 7,5% do total dos seus efectivos em todo o mundo, para responder à queda do preço do petróleo, anunciou a empresa no fim da semana. Angola, confirmou o expansão junto de fonte oficial da companhia, não escapa aos ‘cortes’.
“Infelizmente, os cortes vão acontecer em todas as geografias, incluindo nas operações africanas”, disse uma porta-voz da companhia, questionada pelo expansão sobre se os despedimentos também abrangeriam angola. a responsável explica a medida com a “dramática queda no preço do petróleo”, que levou muitos clientes da empresa a reduzir os ritmos de exploração e produção a nível global.
Como resultado, a Schlumberger está a reduzir a sua força de trabalho, em linha com a redução da actividade. A porta-voz recusou, contudo, indicar quantas pessoas serão abrangidas pelo despedimento em Angola, nem revelou quantos trabalhadores a multinacional, com escritórios em luanda, soyo e cabinda, tem no país.
Em 2013, de acordo com declarações do director da empresa, david viela, ao jornal de angola, a Schlumberger tinha cerca de 1.300 trabalhadores no país. a porta-voz não indicou também a dimensão actual da força laboral da companhia em angola, onde a empresa iniciou operações nos anos 1950, por altura das primeiras operações da petrangol, no onshore.
A Schlumberger está presente em perto de 90 países, empregando cerca de 120 mil trabalhadores no total. em 2014, segundo informação disponibilizada no site da empresa, as receitas da companhia ascenderam a cerca de 48,6 mil milhões usd (4,9 biliões kz), mais 7% face ao ano anterior. as operações na américa do norte geraram receitas de 16,1 mil milhões usd (mais 16% face a 2013), tendo as restantes geografias visto as receitas subirem ‘apenas’ 4%, para cerca de 32 mil milhões usd.
“A robustez destes resultados mostra a resiliência do nosso portefólio perante os desafios à actividade em 2014 no méxico, brasil e china, quebra do investimento [da indústria] em exploração e sísmica em águas profundas, a instabilidade na líbia e no Iraque, e a rápida quebra do preço do petróleo no final do ano”, diz o ceo, paal kibsgaard, no comunicado de divulgação de resultados anuais. “Em Angola, explica o presidente executivo da companhia, registou-se uma redução da actividade de exploração”.
Entretanto, a companhia anunciou a compra de 46,45% da eurasia drilling, a maior exploradora petrolífera russa, por cerca de 1,7 mil milhões usd. o acordo dá à multinacional o direito de opção de compra do resto das acções da eurasia. a aquisição, assinala a imprensa internacional, reforça a confiança no sector energético russo, numa fase em que além de moscovo ter sido alvo de sanções económicas por parte do ocidente, afectando nomeadamente o sector da energia, o preço do petróleo tem acumulado acentuadas perdas.
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