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Sabia que no interior da Terra corre um rio de ferro?

Por Luzimenia da Silva

Cientistas descobriram que há um rio de ferro no interior do planeta Terra, quase tão quente como a superfície do Sol, e que se tem movido cada vez mais depressa. Este rio está a 3000 quilómetros de profundidade, por baixo do Alasca, nos Estados Unidos, e da Sibéria, Ásia.

O ferro líquido foi detectado pela Agência Espacial Europeia, que lançou três satélites da missão Swarm para investigar o campo magnético terrestre. As conclusões das observações foram publicadas no mês de Dezembro  num artigo da revista Nature Geoscience.

O rio de ferro líquido tem cerca de 420 quilómetros de largura e percorre quase metade da circunferência da Terra. As últimas medições revelaram que corre em direção a oeste a uma velocidade entre 40 e 45 quilómetros por ano, ou seja, três vezes mais rápido do que no ano 2000, segundo a New Scientist.

“Isto pode não parecer muito na superfície da Terra, mas temos de nos lembrar que este é um metal líquido muito denso e que é necessária uma grande quantidade de energia para o mover”, explicou o cientista Chris Finlay, do Instituto Nacional do Espaço da Universidade Técnica da Dinamarca.

Acrescentou ainda Chris, que é o movimento mais rápido que têm no interior da terra.

“Este é provavelmente o movimento mais rápido que temos no interior da Terra, sabemos mais sobre o Sol do que sobre o interior da Terra”, acrescentou o cientista.

Os investigadores querem agora perceber porque o rio tem corrido mais rápido e o papel desta movimentação na criação do campo magnético da Terra ainda está a ser analisado.

Para já, defendem que o rio cria correntes eléctricas importantes para a manutenção deste escudo que protege o planeta da radiação cósmica do Sol e das partículas electricamente carregadas que esta estrela emite.

O campo magnético da Terra altera-se constantemente e um estudo mais aprofundado do rio de ferro líquido pode ajudar a perceber e prever o seu comportamento.

“Se conseguirmos perceber como funciona o campo magnético, podemos entender como muda conforme o tempo e se vai enfraquecer ou reverter-se e quando”, explicou Phil Livermore, o investigador da Universidade de Leeds que liderou o estudo.

Os investigadores acreditam que podemos estar prestes a assistir a uma inversão polar, causada pelo campo magnético, que transformaria o Pólo Norte no Pólo Sul e vice-versa. Este acontecimento ocorre em intervalos de centenas de milhares de anos.

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