O Governo português está a estudar avançar com um programa de formação à distância de professores angolanos, país que necessita de 45.000 profissionais, que poderá ainda ser alargado a outros países de língua portuguesa.
A informação foi transmitida ontem, na capital angolana, pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Teresa Ribeiro, depois de se reunir com o ministro da Educação de Angola, Pinda Simão, e de visitar a Escola Portuguesa de Luanda, a comemorar 30 anos.
De acordo com a governante portuguesa, as prioridades para Angola em termos de reforço da cooperação na área da Educação visam sobretudo a formação de professores, de português e em vários níveis de escolaridade, atendendo ao crescimento demográfico do país e ao aumento do nível de escolarização das crianças.
“Vamos pensar numa abordagem, que também já estamos a equacionar com outros países de língua portuguesa, e que é a formação à distância de professores, que poderá ser um auxiliar precioso, não apenas porque chega a mais gente com menos recursos envolvidos e porque, segundo nos disse o senhor ministro da Educação, as necessidades de professorado em Angola são estimadas em cerca de 45.000. Temos de ser expeditos e criativos, aproveitando as novas tecnologias”, disse Teresa Ribeiro.
A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação garantiu que Portugal “tudo fará” para apoiar o Governo angolano neste processo de formação, envolvendo nomeadamente o Ministério da Educação e o Instituto Camões.
Por iniciativa das autoridades portuguesas, já decorre desde 2009, desenvolvido numa parceria com o Ministério da Educação de Angola, o programa “Saber Mais”, que atua na área da formação de formadores de professores do 2.º ciclo do Ensino Secundário angolano.
Para dar resposta às crescentes necessidades angolanas nesta área, a governante portuguesa garante que Portugal vai estudar um mecanismo de formação de professores à distância, o qual servirá também outros países de língua portuguesa.
“Vamos pensar, com calma, em programas que sejam fortes e bem estruturados, aptos a responder a esta escala de necessidades de Angola”, disse Teresa Ribeiro, acrescentando que o envio de formadores portugueses para o terreno ou programas de bolsas também estão em cima da mesa.
Segundo Teresa Ribeiro, a formação de professores à distância já foi considerada pelo Governo de Timor-Leste como uma “via interessante” para “resolver o problema” da falta de profissionais.
“E se tivermos mais países interessados, mais fácil será equacionar uma solução que sirva a todos, mas sem ser uniforme porque os países têm necessidades diferentes. Mas até em meios tecnológicos poderemos ter soluções comuns”, admitiu.
No âmbito da visita da secretária de Estado de Portugal a Luanda, que decorre até sexta-feira, foi acertado que o Ministério da Educação de Angola fará chegar às autoridades portuguesas, “no mais breve prazo”, o levantamento concreto das necessidades na área de formação de professores.