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Nem os indícios de chuva impediram as mulheres de marchar pela descriminalização do aborto

Por Administrador

Centenas de pessoas arregaçaram as mangas e levantaram os braços para gritar pela descriminalização do aborto, numa marcha realizada hoje, das 10 às 14 horas, do cemitério da Santana ao largo das heroínas.

Homens e mulheres, inconformados com a proposta do novo Código Penal angolano que criminaliza o aborto sem qualquer exclusão, não pouparam esforços para mostrar o quão insatisfeitos estão com a situação e alegaram estar unidos contra o que consideram um crime sobre os direitos das mulheres.

Professores, estudantes, médicos, atletas, e demais cidadãos de faixa etárias diferentes exibiram com força e orgulho várias placas e apelaram que se analise cautelosamente a lei em questão e que se legalize o aborto para que menos vidas se perca na prática do aborto clandestino e inseguro.

A jurista Ana Paula Godinho, que foi a primeira mulher que publicamente manifestou o seu descontentamento, contou em entrevista exclusiva ao AngoRussia a razão pela qual apoia essa nobre causa.

“Estamos hoje todos juntos a apoiar esta causa porque somos de opinião que não se pode olhar para o aborto como um crime, porque sabemos que as mulheres continuam a abortar por diversas razões e fazem-no em condições precárias colando assim as suas vidas em risco, muitas morrem por causa disso e são essas mulheres que poderiam prestar algum contributo para o país. Elas recorrem as práticas clandestinas justamente porque não podem dirigir-se as instituições de saúde e fazer o aborto em segurança, por ser um crime”.

Quanto ao facto do texto reflexivo que tornou público ter servido de motivação para várias pessoas darem atenção ao assunto, a jurista respondeu:

“As palavras de reflexão que partilhei nas redes sociais deram mais visibilidade a questão e fez com que realmente as pessoas reflectissem mais sobre o assunto. Isso motivou o grupo de mulheres parlamentares a ter tomado a iniciativa de chamar pessoas da sociedade civil para reflectir e realmente foi unânime a conversa que tivemos, notou-se que a maior parte das mulheres estão descontentes com a solução que encontrou-se para legislar. Com isso, deve-se olhar para a questão com sensibilidade e alterar a nova lei de formas a satisfazer o anseio da maioria da sociedade”, sublinhou Ana Paula.

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