Maria Luisa Abrantes considera “Confissões Imaginárias” a obra denominada ‘Confissões de um Estadista’ e sugere outro tema para o livro


A advogada e docente Maria Luísa Abrantes, destacou que os cidadãos são livres de escrever sobre o que lhes vem a alma, entretanto considera ser importante respeitar a ‘privacidade e verdade de cada um’.

Foto: DR

De acordo um artigo publicado pelo Club K, Maria Abrantes adianta que apesar de respeitar a liberdade de religião, não esperava que a autora tenha se limitado apenas em falar com “espírito de José Eduardo dos Santos” quando poderia fazê-lo em vida.

” (…) Pelos extractos do livro que circularam pelas redes sociais que li, ainda que eu respeite quem acredite em espírito, como em qualquer religião (liberdade de religião), porque admito que a mente humana e a energia são ainda uma incógnita, mesmo assim percebi, que o livro é de alguém que necessita e quer chamar à atenção. A maneira de ser e estar na vida, do Presidente José Eduardo dos Santos, a que nem mesmo todos os familiares tiveram acesso, de um homem não apenas de fino trato, mas de um diplomata nato, que tanto apreciava a música clássica, como o Kituxi e seus acompanhantes e outras manifestações culturais e de arte e amava o desporto, sem ter que se esfregar no chão”, referiu.

A ex-mulher do falecido José Eduardo dos Santos, com quem teve dois filhos, Tchizé e Coréon Du, frisou que o ex-presidente era um homem bastante discreto.

“O Presidente José Eduardo dos Santos era extremamente discreto, não era expansivo, não se dava a conhecer com facilidade. Mesmo antes de assumir a Presidência do país, não era de fazer visitas, nem de receber visitas, excepto em datas importantes, mas apenas por iniciativa de terceiros, por períodos de curta duração. Não tinha conversas extra trabalho com os seus colaboradores e muito menos faria comentários com eles, sobre pessoas bonitas ou feias, como pude ler num dos extractos do livro que circula pelas redes sociais. Os seus colaboradores mais directos, que lidaram com ele ao longo de quase todo o seu mandato, infelizmente alguns ainda se mantém de pedra e cal na Presidência da República, sabem bem que o facto narrado pela Mestre Solange seria de todo impossível” pode se ler.

Por outro lado, a advogada disse que o ex-estadista sempre cuidou dos filhos, mas nunca os tratou com qualquer nome no diminutivo. E ao se deparar com extractos do livro que circulam pelas redes sociais, e pelas poucas vezes que esteve com a autora do livro, conseguiu compreender que é uma pessoa “manipuladora”.

“O Presidente José Eduardo dos Santos, era um pai extremoso, que dava banho, vestia e penteava os filhos (as), mas nunca tratou a sua filha primogénita por Bela, nem por nenhum outro diminutivo, mas sempre por Isabel, da mesma a forma que tratava a ‘mana Isabel’, sua irmã mais velha e xará, de quem deu o nome. Não quis ler mais extractos do livro que circulam, porque não poderia esperar melhor, depois da autora do livro me ter dito recentemente, na única vez que tive a oportunidade de falar com ela brevemente, que foi o Presidente José Eduardo que escreveu o livro e não ela, usando-a porque sempre que ela queria ele falava com ela”, realça.

Maria Luísa questionou também “Significará que o Presidente José Eduardo dos Santos teve que morrer, para ela falar com ele, já que não conseguiu falar com ele em vida? Estudei três anos de Psicologia Aplicada e, pela breve conversa que mantive com a autora do livro, com o devido respeito que como colega e mulher merece, fiquei com a sensação de estar perante uma pessoa possivelmente manipuladora, sedenta de atenção e de reconhecimento e aprendiz de psicógrafa. Não teria sido melhor ter substituído o título por “Ilações” em vez de “Confissões”, ou até em vez de referir” psicografia” ter preferido “ficção”? Seria mais ético”, sugere.


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