Injeção de divisas desce para 175,5 milhões de dólares na última semana


A injeção de divisas nos bancos comerciais angolanos desceu 60% na última semana, para 175,5 milhões de dólares, sobretudo para garantir necessidades de importação de matéria-prima e outras operações prioritárias, informou hoje o Banco Nacional.

BNA

A informação consta do relatório semanal do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve hoje acesso, relativamente à venda de divisas entre 03 e 06 novembro, realizada a uma taxa interbancária média de 135,982 kwanzas (91 cêntimos de euro), inalterada há praticamente um mês.

Neste período, o BNA vendeu 175,5 milhões de dólares (163 milhões de euros) de divisas, valor que compara com os 435,7 milhões de dólares (405,6 milhões de euros) injetados na semana anterior, um corte de 59,6%, limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a autorização do banco central.

“Este volume de divisas destinou-se fundamentalmente à cobertura de operações de natureza prioritária”, sublinha o BNA, na mesma informação.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica, face à redução de receitas fiscais com o petróleo, e por consequência cambial, devido à redução da entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de máquinas, matéria-prima e alimentos.

Do total de divisas vendidas à banca, 53,2 milhões de dólares (49,5 milhões de euros) para a cobertura de operações de aquisição ao exterior de matérias-primas e equipamentos e 22,3 milhões de dólares (20,7 milhões de euros) para garantir viagens e o envio de remesses de dinheiro para o exterior, além de 100 milhões de dólares para cobertura de reposição cambial (93 milhões de euros).

Atualmente, e tal como nos últimos meses, mantêm-se as dificuldades no acesso a moeda estrangeira nos bancos, com o mercado paralelo, de rua, a apresentar taxas de câmbio a rondar os 200 kwanzas por cada dólar – em queda face a semanas anteriores -, para compra de moeda estrangeira.

A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

AR/Lusa


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