Ilha de Luanda recebe 49 edifícios de habitação em investimento de dois mil milhões de euros


A ‘ilha’ de Luanda vai receber 49 edifícios de habitação, com até 14 andares, investimento privado de dois mil milhões de euros que envolve uma das três parcelas de terreno, conquistadas ao mar na baía da capital angolana.

Trata-se de uma área de 27 hectares, infra-estruturada, desenvolvida e promovida pela Baía de Luanda – sociedade que resulta de uma parceria público-privada -, e que prevê a construção de 58 edifícios, oito dos quais de escritórios, cada um com 10.000 metros quadrados (m2), além de um centro comercial de 40.000 m2.

Em entrevista à Lusa, o administrador da sociedade Baía de Luanda, Miguel Carneiro, explicou que cada um destes edifícios a construir terá entre oito a 14 andares, representando o maior projeto do género no centro de Luanda, com mais de 2.500 apartamentos e uma área de construção total de 600.000 m2.

“Estamos a falar de um investimento de 2,2 mil milhões de dólares [2.000 milhões de euros] na construção, a que se somam os 70 milhões de dólares [65 milhões de euros] investidos pela sociedade Baía de Luanda nas infraestruturas. Mas é um investimento a realizar por privados, pelos parceiros, com o nosso apoio técnico”, explicou Miguel Carneiro.

A tipologia dos apartamentos dos 49 edifícios de habitação da baía – voltados da ‘ilha’ ao centro da cidade de Luanda -, será opção dos respetivos investidores, sendo que 30 por cento dos total de lotes para construção estão já vendidos, apesar da crise financeira e económica que afeta o país.

O primeiro dos edifícios de habitação foi entretanto concluído e o segundo deverá ser entregue até junho, estando mais dois em construção, decorrendo a infraestruturação dos 27 hectares.

“Nos próximos três anos seguramente teremos nove dos edifícios concluídos e entregues. Desde que o ano começou já fechamos o equivalente a vendas de mais dois edifícios de 14 andares. Os investidores estão cientes de que é preciso investir rápido para preservar o valor das poupanças [em kwanzas, moeda nacional em forte depreciação no último ano]”, disse o administrador daquela sociedade, participada pelo Estado angolano e por bancos nacionais.

Este projeto envolve empresas de construção portuguesas, casos da Mota-Engil, Soares da Costa ou Teixeira Duarte, e investidores de Portugal e de Israel, além de angolanos.

Os apartamentos estão a ser comercializados a cerca de 3.500 dólares por m2, abaixo dos valores praticados na zona, e destinam-se à classe média emergente angolana, tendo “como mais-valia a proximidade ao centro de Luanda” e a “oferta de lazer” na ‘ilha’, ligada a terra por ponte e um dos pontos turísticos mais importantes da capital.

A sociedade Baía de Luanda investiu mais de 650 milhões de dólares (600 milhões de euros) na requalificação daquela área da capital – inaugurada em 2012 – e no loteamento das três áreas, as restantes duas do lado da cidade e essencialmente para escritórios e negócios.

Lusa

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