Mais de cinquenta funcionários, dentre os quais alguns com cargos de chefia, terão sido suspensos das suas actividades no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), por suspeitas de falsificação de graus académicos segundo revelou, a OPAÍS, uma fonte da instituição.
Os referidos funcionários, maioritariamente destacados em Luanda, foram suspensos das suas funções depois de o INSS ter sido detectado que os seus diplomas de licenciaturas eram suspeitos de não serem credíveis.
De acordo com a fonte “em alguns casos não existe nos seus processos individuais comprovativos de acesso à frequência do ensino superior, ou seja, os certificados do ensino médio”.
Ouvido por, O PAÍS, o director nacional do INSS, Adtiano Mixinge confirma o facto mas remete aos recursos humanos mais esclarecimentos sobre assunto.
A micro-operação que possibilitou a detecção destes casos abrange todo o país e decorre desde o início do ano em curso.
A fonte garantiu que já foram arrolados no processo acima de 50 funcionários, ao nível de todo o país, incluindo chefes de departamento de sectores importantes e ainda técnicos desta instituição pública .
Os suspeitos, segundo a fonte que preferiu o anonimato, já labutam nessa condição há longos anos sem nunca terem sido detectados.
Os visados terão beneficiado de um enquadramento salarial superior sem que para o qual possuíssem o perfil adequado, como o direito a viaturas de uso pessoal, entretanto, desapossadas depois da descoberta, segundo revelações da fonte deste jornal.
A mesma “micro-operação” surge da necessidade de se reorganizar o funcionalismo público, no âmbito de um programa gizado pelo Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social (MAPTSS).
O joenal soube, entretanto, que o actual cadastramento do pessoal está inserido no processo de actualização da base de dados e de documentação que o MAPTSS pretende que se estenda à todos os sectores da função pública, tal como explicou esta semana à rádio pública o director Nacional e do Gabinete Jurídico do Instituto de Segurança Social (INSS), Jesus Maiato.
O responsável é citado como tendo admitido, na mesma ocasião, “existirem muitos trabalhadores que já não existem, mas auferindo salários, sendo por isso mesmo, necessária a actualização da base de dados e a autenticidade dos documentos existentes”.
Entretanto, para que esse processo que, na visão de Maiato é de transcendental importância, permita mais transparência e maior lisura às contas públicas, assim como a outros sectores como o das Finanças, é necessário que, por altura do pagamento de salários, haja a comprovação da autenticidade dos Bilhetes de Identidades, tendo admitido ser “um processo que não se realiza há muitos anos”.
“Isto vai ajudar as Finanças a pagar salários”, precisou o também director Nacional do INSS, Jesus Maiato.