Valor do barril de petróleo recua ligeiramente “queimado” pela inflação 


O barril de Brent, que serve de referência para as exportações angolanas, estava nesta terça-feira, 30 de Agosto, a meio da manhã, a recuar ligeiramente da valorização conseguida na segunda-feira, devido aos dados que foram conhecidos sobre a inflação nas grandes economias da Europa e nos EUA.

Após de escassos dois há três dias ter recuperado de quebras históricas nas passadas duas semanas, que levaram o crude para perto dos 90 USD por barril de Brent, sendo a queda igualmente sonora no WTI, em Nova Iorque, chegando aos 105,5 USD no início da sessão desta terça-feira (30), a luminescente inflação nas grandes economias ocidentais está a fazer de martelo nos gráficos que mensuram o preço da matéria-prima.

De acordo a informações veiculadas pelo Novo Jornal, após ter batido nos 105 USD, o barril de Brent estava, perto das 10:50 desta terça-feira a valer, nos contratos para Outubro, 102,78 USD, menos 2,20% que no fecho de segunda-feira, uma péssima notícia para Angola, que ainda obtém do petróleo mais de 35% do seu PIB, 95% do total das exportações e perto de 60% das receitas fiscais que garantem o funcionamento do Estado.

Também foi uma “artificialidade” que levou à recuperação visível entre segunda-feira e a manhã de hoje, que, na verdade, já se prolonga de sexta-feira, quando a Arábia Saudita anunciou que o “cartel” estava a analisar a possibilidade de cortar na produção face à possibilidade de uma diminuição na procura resultante da crescente inflação.

Os sauditas fizeram saber que estavam, tal como a Rússia, os dois grandes produtores e exportadores da OPEP+, a organização que desde 2017 vela, agregando os 13 Países Exportadores (OPEP) e 10 aliados encabeçados pela Rússia, muito atentos à evolução da economia global, anunciando algo que afronta de forma estrondosa as expectativas dos Estados Unidos, que lideram o movimento mundial dos mais ricos para baixar o preço do “ouro negro” porque os combustíveis e a energia estão a motorizar o aumento histórico da inflação.

Tanto na Europa como nos EUA, essencialmente, mas não só, devido aos efeitos da guerra na Ucrânia e às sanções vigorosas aplicadas pelo ocidente a Moscovo, estão a ser batidos recordes de quatro décadas nos valores da inflação, tanto de um como do outro lado do Atlântico a bater e a ultrapassar os 10 por cento, apesar das contra-medidas já em curso aplicadas pelos Bancos Centrais, nomeadamente o aumento das taxas de juro.

Eventuais alterações ao programa de recuperação da produção da OPEP+ poderão vir a ser conhecidas já no início de Setembro, na reunião mensal do “cartel” onde, todos os meses é desenhada a estratégia dos maiores produtores globais, excepção feita aos EUA, para enfrentar as vicissitudes e a bonança dos mercados dos quais dependem os rendimentos dos países que vivem dos seus recursos energéticos exportados.

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