Sonangol e Gemcorp Capital avançam com refinaria de Cabinda. Empreendimento vai custar 920 milhões de dólares


De acordo com um comunicado da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), a futura refinaria de Cabinda que será edificada na planície de Malembo, cerca de 30 quilómetros a norte da cidade de Cabinda, tendo os trabalhos de desminagem e tratamento de terreno para a construção das infraestruturas de apoio sido concluídos em agosto deste ano, vai 920 milhões de dólares norte-americanos, num investimento conjunto entre a Sonangol e a empresa Gemcorp.

Espera-se que a 1ª fase do projecto inclua 30 mil  barris por dia da Unidade de Destilação de Crude, com um dessalinizador, um tratamento de querosene e infra-estruturas auxiliares, incluindo um sistema de ancoragem de bóia convencional, oleodutos e instalação de armazenamento para mais de 1,2 milhões de barris.

As 2ª e a 3ª fases, lê-se na nota, irão tornar a Refinaria de Cabinda numa refinaria de conversão total, com uma capacidade de refinação adicional de 30 mil barris por dia e a instalação de um novo reformador catalítico, hidrotratador e unidade de craqueamento catalítico, totalizando  despesas na ordem dos 920 milhões de dólares.

A “decisão final de investimento representa um dos principais objetivos estratégicos do Governo Angolano. A construção desta Refinaria proporcionará um aumento da capacidade de processamento de petróleo bruto a nível nacional e uma redução considerável da dependência do país na importação de produtos refinados, conforme previsto no Plano de Desenvolvimento Nacional”, apontou o presidente do conselho de administração da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, citado no documento.

O presidente da Gemcorp, Atanas Bostandjiev, considerou que o investimento privado “demonstra o compromisso” da empresa com “o desenvolvimento de ativos estratégicos angolanos”.

“A Gemcorp está animada para entregar este projeto e apoiar os objetivos estratégicos de longo prazo do governo angolano de independência energética e criação de empregos em Angola”, disse o administrador.

A intenção de a Gemcorp avançar para a construção da refinaria de Cabinda foi fechada na quinta-feira, 29 de outubro, dia em que se realizou uma consulta pública sobre o projecto.

Com este projeto a Sonangol espera que sejam criados “aproximadamente 2.000 empregos diretos e indiretos para a comunidade”.

A Refinaria de Cabinda será construída em três fases, sendo que se prevê o arranque da primeira fase, no primeiro trimestre de 2022, “altura em que a Refinaria de Cabinda já estará em condições de cobrir a demanda de combustíveis no país”, diz uma nota sobre a consulta pública realizada na quinta-feira.

“A segunda fase terá o seu término no segundo trimestre de 2023 e a terceira, e última fase, no segundo trimestre de 2024”, acrescenta o documento.

A Gemcorp está animada para entregar este projecto e apoiar os objectivos estratégicos de longo prazo do governo angolano, de independência energética e criação de empregos em Angola.

Através da Refinaria de Cabinda, a Gemcorp garante acelerar o alcance da comunidade, o treinamento e o impacto social.

“O plano de longo prazo é que a Refinaria de Cabinda maximize o emprego local e a transição para a operação por uma força de trabalho totalmente angolana”, de acordo com  Atana Bostandjiev, presidente da Gemcorp.

Em janeiro deste ano, a Sonangol e a Gemcorp Capital, empresa sediada em Londres mas com capitais russos, assinaram um acordo para a construção desta refinaria.

Inicialmente, a construção foi adjudicada ao consórcio United Shine, mas a petrolífera estatal angolana anunciou ter rescindido o contrato alegando “incumprimento das ações acordadas” e “não garantia” de financiamento, entre outros aspectos.


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