“BNA está a dar as divisas que os bancos querem” – garante Administrador


O administrador do banco nacional de Angola, Pedro castro e Silva, indicou em declarações a Lusa, que, hoje em dia, o BNA já consegue atender ao que os bancos comerciais pedem em divisas, o que tem estabilizado a moeda angolana, o kwanza, nas últimas semanas face sobretudo ao euro e ao dólar.

“Vamos manter este curso de atuação da política cambial até dezembro. Aquilo que tínhamos de fazer no âmbito do Programa de Estabilidade Macroeconómica (PAM), que era uma maior liberalização da taxa de câmbio, já fizemos. Esta tarefa está cumprida e já não temos mais nenhum ajustamento a fazer”, sublinhou.

Castro e Silva disse acreditar que, nos próximos tempos, a tendência será a de Angola entrar numa fase em que a moeda nacional “vai assumir comportamentos como se veem nas outras moedas”, com movimentos de depreciação, quando a procura for maior que a oferta, e de apreciação, quando suceder o contrário.

“As medidas tomadas geraram previsibilidade e uma maior comunicação com os bancos comerciais, o que acabou por gerar um efeito positivo. Os bancos hoje sabem que, se não comprarem segunda-feira, têm mais quatro sessões de leilões do BNA. Esta pressão sobre as nossas divisas terminou e o facto de o BNA estar a atender justamente àquilo que os bancos estão a procurar tem contribuído para que a taxa de câmbio se encontre mais estável”, referiu.

“Desde o início do ano que o banco central assumiu o compromisso de fazer um ajustamento cambial. Esse compromisso incluía a depreciação da moeda nacional, para que refletisse fielmente a relação que existe entre a procura e a oferta. Tivemos maiores depreciações da moeda nacional porque, nessa altura, o desequilíbrio era mais acentuado entre a procura e a oferta”, explicou.

Na altura, a moeda europeia valia 185,40 kwanzas/euro e a norte-americana 165,92 kwanzas/dólar, tendo, desde então, o kwanza depreciado quase 50% – 352,935 kwanzas/euro (47,46%) e 310,846 kwanzas/dólar (46,62%), valores que se mantêm há cerca de duas semanas.

“Um dos fatores que contribuíam também para esse desequilíbrio é o facto de existirem operações cambiais atrasadas no nosso sistema bancário. Tínhamos por executar operações de 2015, 2016 e 2017 e uma das coisas que procuramos fazer ainda no primeiro semestre foi acabar com essas operações cambiais atrasadas”, declarou.

“Conseguimos fazê-lo e, a partir do momento em que o fizemos, eliminamos consideravelmente a pressão que havia sobre a moda nacional, ou sobre as nossas divisas”, acrescentou.

Lusa

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