Cerca de 30 doentes angolanos que estavam em Portugal a fazer tratamentos retornaram esta segunda-feira (8) de Março, a Angola, outros 47 voltarão até ao final do ano, mas ficam sem apoio do Governo angolano cerca de 100 que não querem regressar.
De acordo com a Lusa, com estes doentes viajam também representantes do sistema de saúde angolano e ainda outros cidadãos que aproveitaram este voo humanitário para regressar, após ficarem retidos em Portugal devido às medidas adotadas pelo executivo português para combater a covid-19.
Enquanto estiveram em Portugal beneficiaram dos acordos entre Angola e Portugal, que permitem que estes doentes usufruam de tratamentos nos serviços de saúde portugueses, além de alojamento e um subsídio, cujo valor variava.
Contudo, a junta médica de Angola em Portugal terminou em fevereiro, o que pressupõe o fim do apoio aos doentes que tenham, entretanto, recebido alta médica.
Segundo o Governo angolano, antes do fecho desta junta médica encontravam-se em Portugal 385 cidadãos, entre doentes e acompanhantes. O fecho da junta seguiu-se a uma auditoria que avaliou os doentes e terá detetado “vários abusos no uso deste mecanismo”.
De acordo com o executivo angolano, durante o tempo de junta médica da colaboração Angola e Portugal foram atendidos 9.360 doentes, apoiados em 5.250 acompanhantes, que terão custado ao Estado angolano cerca de seis milhões de euros por ano.
O custo médio da estadia e tratamento, por doente, ronda entre os 2.700 euros e os 2.900 euros por mês, aos quais se somam os custos de estadia do acompanhante.
Fonte oficial do Governo angolano disse à Lusa que os 27 doentes que regressaram hoje vão juntar-se aos 17 que já tinham optado por voltar, por meios próprios, porque tinham a sua situação de saúde resolvida.
No entanto, vão com medicamentos para três meses e consultas de revisão em Portugal marcadas.
A mesma fonte disse que ficaram ainda 47 doentes e 20 acompanhantes que continuarão a receber o apoio do Estado angolano até que regressem, o que deverá acontecer até final do ano.
Os outros cerca de 100 doentes que optaram por não regressar ficarão por conta própria e não terão o apoio do Estado, nem para o pagamento do quarto na pensão onde ainda vivem, nem para despesas.
AR-Lusa
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