Mais de dez províncias do país confirmaram a sua adesão à manifestação pacífica convocada para dia 17 de Junho sob o lema ’32 milhões de angolanos nas ruas’, para reivindicar as últimas medidas que foram tomadas pelo governo angolano, tais como a subida do preço do combustível, fim da venda ambulante e a lei das ONG’s.
Até ao momento, as últimas medidas tomadas pelo executivo angolano tem causado revolta por parte da população, que tem se deparado com um custo de vida muito alto, com a subida dos preços da cesta básica no mercado e não só. Sendo assim, o activista Dito Dali, um dos organizadores da manifestação deste sábado, em entrevista a DW, referiu que a subida do preço do combustível foi uma medida tomada sem preparar o povo angolano.
“O executivo angolano tomou uma medida sem preparar o povo, sem negociar com a sociedade, sem fazer uma auscultação pública, para explicar aos angolanos as razões que os fez aumentar o preço do combustível e retirar as subvenções que antes o Estado alocava para que o cidadão contribuísse com uma percentagem”, disse o activista à DW .
Além da subida do preço do combustível, o activista social adiantou que a lei das ONG’s, uma proposta de lei remetida a Assembleia Nacional e aprovada na generalidade no passado dia 25 de Maio, vai permitir que o governo controle o funcionamento das Organizações Não Governamentais, dite a agenda das ONGs em Angola e limite assim o espaço da cidadania e associativismo, a que considera inconstitucionalidade orgânica, se for aprovado pelo parlamento na especialidade.
“Se essa lei entrar em vigor será declarada uma inconstitucionalidade organizar, estaríamos a recuar em termos de conquistas sobre os direitos fundamentais do cidadão que conseguimos alcançar até agora”, frisou.
Oportunamente, referiu que a proibição da venda ambulante é uma medida que está a causar um impacto negativo na vida social e principalmente nas camadas mais pobres do país e que antes da retirada da venda no mercado informal, o governo deveria apresentar alternativas para as pessoas afectadas.
Luanda, Moxico, Benguela, Cuando-Cubango, Huambo, Cunene, Huíla, Lunda Sul, Lunda Norte, Zaire, Bengo, Malanje e Namibe são províncias já confirmadas para o protesto.
Por: Irinea Lukombo